Cidades de Papel é um ótimo filme, que nos traz nostalgia, surpresas e uma boa dose de bom humor.
Q era (na infância) amigo de Margo e conforme os anos foram se passando, eles se afastaram, Margo foi se tornando uma das garotas mais populares da escola e o Q um garoto comum, que se preocupava com o estudos. Em uma bela noite, Margo invade o quarto de Q e os dois vivem uma aventura juntos (não vou dar spoilers). No dia seguinte, Margo some, deixando algumas (quase indecifráveis) pistas, então Q e seus amigos começam a seguir as pistas e tentar achar Margo. A sinopse (mal escrita, detesto fazer rs) grita MAIS UM ROMANCE PLATÔNICO CLICHÊ, mas não se engane.
Quando há um quebra total de expectativas negativas que temos sobre algum filme, a sensação é tão positiva, tão agradável, dá gosto de assistir sabe? Cidades de Papel nos cativa aos poucos, ficando mais interessante a cada minuto, isso se deve a ótima produção que o filme tem.
O diretor é praticamente desconhecido, é o Jake Schreier, que só fez dois filmes independentes que não chamaram muito a atenção dos críticos e nem do público, mas aqui realiza um bom trabalho, embora o destaque seja do roteiro e da produção do filme em si. Jake tem um ritmo excelente, as cenas são bem montadas e todo orna, o único pecado que a direção cometeu, foi não arrancar mais dos seus atores, além do elenco não ser tão bem escalado.
No roteiro temos mais uma vez a bem sucedida do Michael H. Weber e do Scott Neustadter, que já fizeram juntos o excelente 500 Dias com Ela, The Spectacular Now e drama juvenil sucesso de críticas e de público A Culpa é Das Estrelas, que também é uma adaptação de uma das obras de John Green. A dupla trabalha bem os diálogos no filme, nada muito aprofundado (não cabia aqui nada muito complexo). como o ritmo é perfeito e os personagens são interessantes, o roteiro em sua excelência é de suma importância para todo o resto funcionar bem.
O elenco não é o ponto alto do filme e nem pretende ser, Nat Wolff faz um bom papel como o protagonista, um adolescente que sai desesperadamente atrás do seu amor platônico de infância, embora seu personagem não abra espaço para ele fazer grandes coisas, ele entrega o que lhe foi proposto. Cara Delevingne, que antes de assistir o filme eu achava perfeita para o papel da Margo, que é misteriosa e interessante, no final entrega pouco, não que comprometa, mas Cara não passa muita segurança no papel, pensei em 100 atrizes que poderiam fazer a Margo de maneira muito mais interessante. O restante do elenco é ok, sem destaques positivos ou negativos, mas é de se esperar em um filme que o ponto alto não é o elenco ou as performances.
Como eu disse, Cidades de Papel não é um filme de performances, mas o roteiro é impecável, a trilha sonora é bonita, a produção é bem feita, tem um ritmo excelente e os personagens tem um desenvolvimento razoável. Ainda que não seja perfeito, ou que seja só um pouquinho inferior ao tão comparado A Culpa é das Estrelas, o resultado final é bem positivo
Uma ótima surpresa, em um "road movie", que não se trata de um romance clichê juvenil, é um filme sobre a amizade, que cheira nostalgia a todo momento, e a cena final? É épica, não consigo imaginar nada melhor para o final desse filme, deixou um belo gostinho de quero mais.
4.3/5
56% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
57/100 no Mettacritic