Provavelmente 2016 será conhecido como o ano dos heróis (nesse caso vilões), até agora já foram lançados 5 filmes nesse segmento e por apenas uma cabeça de distância, Esquadrão Suicida é o que melhor se sobressai e olha que X-Men Apocalipse vinha na liderança com folga. Eu já falei que a impressão que dá, é que os críticos estão querendo moldar um padrão para filmes desse gênero né? A DC vem fazendo filmes diferentes e estão sendo bem mal recebido, infelizmente.
Com a morte do Superman e a aparição de outros metahumanos, Amanda Waller se convence de que o Governo Americano precisa de um exército com metahumanos, para possíveis ameaças futuras. Reunindo vários vilões e oferecendo reduções na pena, caso eles se rebelem, explosivos introduzidos em suias nucas explodem e eles morrem.
Muito se falou na mídia sobre as mudanças no tom do filme e sobre os problemas que o filme teve na sua pós produção, isso soou negativo para o filme, alguns problemas de edição, ficaram nítidos em cena, cortes secos atrapalharam um pouco o filme, esse é o único defeito realmente relevante que o filme apresenta.
David Ayer é o diretor e o roteirista, ele é bem conhecido por unir ação e drama como ninguém, em Corações de Ferro, seu último trabalho, ele faz isso muito bem e aqui, na medida do possível, também. Lá pela metade do filme, quando já conhecemos bem os personagens, podemos ver que Ayer tem sensibilidade para tratar da personalidade dos vilões, por mais que os laços tenham sido criados muito rápido, dá para ver o lado humano da maioria deles
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Por conta da edição mal feita, o roteiro acaba sendo defasado, várias cenas deletadas e cortadas, principalmente no segundo ato do filme, dá para sentir que ficou faltando algo, por mais que as introduções sejam ótimas, embaladas com um trilha-sonora maravilhosa, falta ali um pouco de coerência.
O visual do filme é um dos pontos altos, a fotografia é linda, a câmera lenta em algumas cenas de ação é super bem utilizada, é uma marca desses novos filmes da DC e aqui é usada muito bem. Em uma das batalhas finais, onde todo o Esquadrão está lutando no mano a mano com o vilão do filme, você para e pensa "caramba, que câmeras bem usadas, que fotografia linda, que cenário foda" e aí vem mais uma daquelas câmeras lentas bonitas de se ver, enfim, o filme é bem filmado.
O elenco é outro ponto alto do filme. Margot Robbie faz uma das protagonistas e ela é o nome do filme, ela intende perfeitamente a essência da personagem e faz tudo com maestria, mesmo que a edição tenha prejudicado a DR Harleen Quinzel, a Arlequina em si está excelente, mistura sua carga dramática com as tiradas cômicas, sensualidade, com boas cenas de ação, tudo no seu devido lugar, se alguém do filme merece atenção nas premiações que estão por vir, esse alguém é a Margot. Talvez o divisor maior de opiniões sobre o filme tenha sido o Coringa do Jared Leto. Muito prejudicado pela edição, Leto consegue entregar um bom papel também, arrisco dizer que até um pouco acima do esperado, se formos levar em conta que mais da metade do material que o Leto gravou foi para o lixo, ele consegue dar boas nuances para o personagem e tem um resultado positivo, não chega a ser assustador, mas é convincente. Will Smith, Viola Davis e Joel Kinnaman fazem papéis em suas zonas de conforto, nada que eles já não tenham feito com competência anteriormente. O restante do elenco é ótimo e ninguém destoa muito, até a Cara Delevingne que eu acho extremamente fraca, consegue desempenhar bem seu papel, dando luz a Magia, primeira grande vilã dessas novas eras da DC e da Marvel no cinema.
A trilha-sonora, a fotografia, as boas performances, as boas cenas de ação se sobrepõe a edição mal feita que Esquadrão Suicida carrega, ou seja, as inúmeras qualidades que o filme tem se sobressaem aos defeitos. Que a personalidade que os filmes da DC tem não se perca, eles arriscam, erram e acertam, mas não ficam na mesmice.
4.0/5
26% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
40/100 no Mettacritic