sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Performances: Top 5 do Adam Sandler





Um dos atores que sempre rendem mais nas rodinhas de discussão sobre cinema é o Adam Sandler, embora sua rentabilidade para indústria seja boa, seus papéis repetidos em filmes de qualidade duvidosa, deixam os cinéfilos incomodados.

A verdade é que Sandler geralmente faz o mesmo papel de sempre, ele interpreta ele mesmo na maioria de suas comédias, mas existem bons filmes em sua carreira e boas performances no seu currículo e hoje vou listas as suas cinco melhores performances.

5. Homens, Mulheres e Filho (Men, Women & Children - 2014)

Nesse drama mediano do Jason Reitman (Juno, Amor Sem Escalas), Sandler interpreta um homem de meia idade, que trai a esposa e tem uma vida bem infeliz. Sem nenhuma cena de comédia e com um papel extremamente melancólico, Sandler mostra uma outra cara, ele retrata bem esse homem de meia idade, tendo ótimas cenas dramáticas, sem muitos maneirismos, com as expressões passadas apenas pelo olhar. Adam Sandler foi o ponto alto do filme.




4. O Paizão (Big Daddy - 1999)

Olha, provavelmente o filme mais polêmico da lista, Adam Sandler recebeu o Framboesa de Ouro na categoria de Pior Ator por essa atuação, mas ao contrário da maioria, eu acredito que Adam Sandler realizou um bom trabalho nessa comédia que é um clássico da Sessão da Tarde. O roteiro é clichê, mas a gente acaba se cativando com o carisma do Adam Sandler, que está afiado nas palhaçadas e consegue passar bem pelas cenas mais melancólicas.



3. Reine Sobre Mim (Reign Over Me - 2007)

Um dos melhores papéis do Adam Sandler, sem sombra de dúvidas. Ele interpreta um homem deprimido, que perdeu sua esposa e sua filha no atentado do 11 de Setembro e ele interpreta de uma maneira linda. Seu personagem têm várias camadas e o tom do filme no primeiro ato é super pesado e Sandler consegue ter uma carga dramática excelente, deixando para trás qualquer recordação ruim que alguém tenha de seus antigos papéis.



2. Como Se Fosse a Primeira Vez (50 First Dates - 2004)

Talvez aqui seja o exemplo mais claro do papel que o Adam Sandler costuma interpretar em suas comédias, mas em Como Se Fosse a Primeira Vez ele faz com muita competência e potencializa todo o seu carisma, unido ao carisma de Drew Berrymore, que juntos formam um casal com muita química em cena. Adam Sandler consegue os seus picos de comédia, passando pelos momentos de romance e passa muito bem, transbordando talento em um papel que poderia ter passado em branco. Como se Fosse a Primeira Vez é aquele filme que se disfarça de banal, mas tem muita qualidade, que consegue conquistar todo o tipo de público.



1. Embriagado de Amor (Punch-Drunk Love - 2002)

Paul Thomas Anderson é o responsável por arrancar de Adam Sandler a melhor performance de sua vida, que conseguiu a proeza de dar a única indicação que o ator recebeu no Globo de Ouro. Nesse "dramédia" artístico, que Paul fima de maneira única, onde cada cena se torna em um deleite de arte, principalmente na fotografia, Adam Sandler interpreta um homem diferente de todos os outros, com uma certa inocência, que se apaixona por uma mulher nada convencional. Adam Sandler lida muito bem com as nuances de seu personagem, aquela cena icônica do telefone já pode ser considerada um clássico, pois Sandler dá um show de atuação. Sonho com o dia que o diretor repita essa parceria para ver Adam Sandler vencer um Globo de Ouro e receber uma indicação ao Oscar.


Adam Sandler com um dos seus muitos prêmios que são votados pelas pessoas:



E vamos terminar com esse belo vídeo do filme Como Se Fosse a Primeira Vez:






quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Review: O Homem nas Trevas

O Homem nas Trevas (Don't Breathe - 2016)



Quando Fede Alvarez fez aquele reboot horrível de A Morte do Demônio, eu fiquei extremamente chateado, porque ali se via uma performance ótima da Jane Levy e um certo estilo estético da parte do diretor, que se perdeu nos seus exageros no começo do terceiro ato. Já aqui, em O Homem nas Trevas, Fede acerta até mesmo nos seus exageros, pois o filme é um dos melhores, (ou até mesmo o melhor) suspenses dos últimos anos.

Três jovens assaltantes invadem a casa de um senhor cego, ex-militar e que perdeu a filha em uma acidente de carro, os jovens suspeitam que o senhor guarda o dinheiro que recebeu da indenização da casa. As coisas começam a fugir do planejado e o filme começa a se desenvolver daí.



O diretor uruguaio Fede Alvarez fez um excelente trabalho em todos os aspectos do filme, ele também é um dos roteiristas e um dos produtores.

O clima do filme é extremamente convincente, a arquitetura da casa é ótima, cria um cenário de filme de terror mesmo, a fotografia ajuda muito também, o diretor opta por filmar bem próximo aos atores, dando closes claustrofóbicos neles e nos ambientes, que geralmente são escuros, aumentando mais ainda a tensão.





Pensem em um filme difícil de se fazer. Poucos atores, em um só lugar e com poucas possibilidades para um final imprevisível, mas Fede Alvarez dribla todos os empecilhos e consegue manter um ritmo excelente. O primeiro ato engrena, o segundo ato corre e o terceiro ato encerra com com muita dignidade o filme, ainda deixando gancho para uma possível continuação.

O roteiro do filme é bem escrito, infelizmente Fede tem uns certos exageros, como a história da joaninha, que é totalmente piegas, que quebra o clima tão bem construído e a história tão convincente, mas isso é um detalhe que não atrapalha o andamento do filme.



Uma pena é a trilha-sonora ser ruim, afetada e no terceiro ato do filme, atrapalhar um pouco o encerramento do filme, mas nada que tire os méritos conquistados anteriormente.


Aqui não tem herói ou vilão, todos tem seus defeitos expostos e as performances são excelentes. Jane Levy repete mais uma boa atuação dirigida por Fede, se em A Morte do Demônio ela era o ponto alto do filme, aqui ela complementa as inúmeras qualidades que O Homem das Trevas têm. Ela consegue exercer bem o papel de anti-herói, consegue ter carisma o suficiente para todos gostarem dela e entrega carga dramática nas cenas de apavoro. Stephen Lang faz bem o que costuma fazer sempre, o cara casca grossa de caráter duvidoso, ele está visceral no papel e extremamente assustador. Dylan Minnette também entrega um bom resultado, mesmo que seu personagem seja o típico bobinho apaixonado, ele tem carisma e consegue entregar bem as cenas mais dramáticas.

Fede Alvarez tem estilo e seus excessos não se sobrepõe os incontáveis acertos do filme. Eis que surge o melhor filme de terror/suspense do ano.





5/5

87% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
71/100 no Mettacritic