quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Review: A Chegada



A Chegada (Arrival - 2016)

A Chegada é um filme que transborda perfeição, ele não tenta reinventar o gênero e nem transgredir o cinema como um todo, mas cumpre seu papel de maneira excelente em todos os aspectos.

Após a chegada de naves alienígenas ao redor de todo o mundo, a doutora Louise Banksuma (Amy Adams), uma lingüista especialista, é recrutada pelos militares, que são comandados pelo Coronel Weber (Forest Whitaker),  para determinar se os extraterrestres vêm em paz ou são uma ameaça. Todavia, a conversa pode não ser muito pacífica, quando todas as nações resolverem participar desse diálogo.



Existe uma característica muito forte em Denis Villeneuve (Sicario, Os Suspeitos), característica essa que tornou Denis um dos cineastas mais badalados dos últimos anos, essa característica é a sensibilidade visual. As narrativas dos seus filmes são boas, mas a sensibilidade visual é que torna esse clímax que ele consegue estabelecer em todos os filmes tão impecável. Em A Chegada não foi diferente.




quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Review: A Garota no Trem



A Garota no Trem (The Girl on the Train - 2016)

Clímax, palavra chave para qualquer suspense. Se em Garota Exemplar sobrava clímax, aqui em "A Garota no Trem" ele falta e falta bastante.

Rachel (Emily Blunt) é uma mulher alcoólatra, que foi despedida do seu último emprego, foi abandonada pelo marido e está infeliz. Ela viaja todos os dias de trem e observa Megan (Haley Bennett), uma mulher linda, casada e que aparentemente leva uma vida perfeita, além de ser vizinha da casa que um dia foi de Rachel e do marido, que hoje vive casado com a ex-amante Anna (Recebba Ferguson). Megan é dada como desaparecida e Rachel aparentemente estava no local do crime, bêbada, sendo um enigma como testemunha ou suspeita. O filme começa a se desenrolar daí.



Tate Taylor é um diretor que consegue fazer um trabalho satisfatório com um roteiro bom em mãos. Em "Histórias Cruzadas" foi assim, ele tinha um roteiro bom em mãos, dirigiu muito bem os atores e o filme em si. Já em "Get On Up: A História de James Brown" ele realiza um trabalho bem mediano, com um clímax totalmente artificial. Em "A Garota no Trem", ele realiza um bom trabalho na direção dos atores, mas seus closes piegas, as câmeras lentas em excesso, a falta de clímax e os dois primeiros atos massantes, deixam muito a desejar.

O ritmo é um problema do filme, os dois primeiros atos são extremamente arrastados, por mais que as introdução as três mulheres tenha ficado boa, o filme demora a engrenar, falta criar vínculo com os personagens, falta profundidade na vida dos protagonistas e no suspense do desaparecimento, por mais que o elenco esteja ótimo, o roteiro não engrena, fica sempre no quase. Mesmo com tudo isso, o terceiro ato é muito bom, é onde o suspense começa a pegar o público e a história começa a ficar interessante, mas infelizmente não apaga mais da metade do filme que se arrasta em cena.




segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Review: Animais Noturnos



Animais Noturnos (Nocturnal Animals - 2016)

Um suspense dramático onde suas emoções e seus sentimentos são testados várias vezes, um thriller psicológico com atuações excelentes, um diretor que (desculpe o trocadilho) tem estilo para dar e vender e transpõe isso em tela. Qualquer uma dessas definições pode se encaixar em 'Animais Noturnos', que foge dos clichês e que mantém a tensão do início ao fim.

Susan é uma negociadora de arte de meia idade, que está bastante infeliz no seu casamento atual, mas a sua vida começa a mudar quando ela recebe um manuscrito do próximo livro do seu ex-marido intitulado 'Animais Noturnos', os sentimentos antigos começam vir a tona e o suspense do livro faz com que Susan repense nas decisões que tomou no passado.



Tom Ford é um nome muito aclamado no mundo da moda e começa a trilhar seu caminho no cinema com louvor. Seu primeiro filme foi 'Direto de Amar', foi muito bem recebido pela crítica e rendeu uma indicação ao Oscar para Colin Firth. Em 'Animais Noturnos', Ford deve conseguir indicações para o elenco e indicações técnicas, porque o filme é bem adaptado, é visualmente incrível, é bem atuado, bem dirigido e com certeza é um dos melhores filmes do ano.



O roteiro é muito bem escrito, a narrativa foi muito bem desenvolvida, principalmente no segundo e no terceiro ato. Passado, presente e a história de ficção do livro vão se cruzando ao longo do filme e Ford consegue deixar tudo isso em um ritmo excelente, além de deixar brecha para várias interpretações diferentes. Confesso que após ver um suspense meia boca como 'A Garota no Trem', ver um thriller psicológico que realmente tem algo a dizer, que incomoda, que intriga, que faz pensar, é algo muito gratificante.

O visual do filme é extremamente impecável, mesmo que isso seja algo que a gente espera de um estilista, Ford capricha em cada detalhe, desde os ambientes modernos da vida de Susan, até o ambiente da natureza, seco, rústico que a história de ficção narra, tudo é impecável.