quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Review: Corrente do Mal

A Corrente do Mal ( It Follows - 2015)

Os gêneros de terror e suspense têm tantos clichês e sustos manjados, que It Follows chega como um alivio repleto de elementos que tornam o filme um futuro clássico.

Jay é uma jovem bonita que começa a se apaixonar pelo seu namorado Jeff, até eles terem relações sexuais pela primeira vez, à partir daí ela é "amaldiçoada" com uma entidade que pode ter qualquer forma humana e que caminha lentamente em sua direção, independentemente do lugar em que ela esteja. Com a ajuda de seus amigos, Jay tenta desvendar os mistérios que a cerca e o filme começa a se desenrolar daí.



Parece um filme adolescente bobo né? Mas não é. Existe uma razão clara para It Follows ter sido aclamado pelos críticos, por mais que sua história não seja espetacular, há uma série de elementos que tornam o filme bom e isso se deve ao diretor e roteirista David Robert Mitchell.

David está em seu segundo longa, mas o primeiro filme do americano passou despercebido pelo público e não era um terror, era um drama, depois do sucesso de Corrente do Mal, esperamos que ele continue no gênero de terror.

David cria todo um clímax para o filme, principalmente pela trilha sonora que é excelente, a melhor trilha de um filme de terror em anos. David filma como ninguém, nos ambientes fechados, ele filma em planos fechados, causando aquela sensação de claustrofobia, nos ambientes abertos, ele filma em um plano aberto, ou abre lentamente, muito bonito de se ver. As cores são bem escolhidas, tudo sempre em tons opacos, o que deixa a fotografia com personalidade, fugindo dos esteriótipos sempre escuros do gênero.

Como eu disse lá em cima, a história não é extraordinária, dá a entender que é uma premissa de filmes de terror piegas, que mais parecem comédias bizarras, mas David transforma essa premissa em um roteiro incrível, cheio de sacadas ótimas, que mantém o suspense até o final do filme.

Por mais que pareça algo surreal (e é) David conduz os personagens com louvor, não tem esteriótipos aqui, não tem a gostosona da escola, o burro, o fortão e nem o nerd chato, têm adolescentes comuns que tentam achar uma forma de ajudar a amiga.

Maika Monroe interpreta a Jay e faz um trabalho memorável aqui, além de ter carga dramática ótima em todas as cenas que lhe foi solicitada, Monroe passa todos os medos e incertezas que Jay sente, o resto do elenco, embora desconhecidos do público, é bem dirigido e entrega um bom resultado. O elenco de apoio é bem "ok" mesmo, nenhum destaque positivo ou negativo, o filme é todo da Monroe mesmo.

Os dois primeiros atos são EXCELENTES, de verdade, todo o desfecho é impecável, o suspense está ali, a trilha sonora dá o tom certo pro filme e as cenas que as coisas acontecem, são de tirar o fôlego, mas o terceiro ato é um pouco complicado, as últimas cenas são bem fracas, embora a cena final tenha me agradado muito, poderiam ter dado um fim melhor para o filme e é só por isso que a nota não é a máxima.

4.5/5

96% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
82/100 no Mettacritic








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