quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Review: Me Chame Pelo Seu Nome


Me Chame Pelo Seu Nome (Call Me By Your Name - 2018)

Indicado em quatro categorias no Oscar 2018, Me Chame Pelo Seu Nome é um filme sensível, que conta com uma trilha sonora linda, um roteiro excelente e uma performance incrível de Timothée Chalamet.

O sensível e único filho da família americana com ascendência italiana e francesa Perlman, Elio (Timothée Chalamet), está enfrentando outro verão preguiçoso na casa de seus pais na bela paisagem italiana, mas tudo muda quando Oliver (Armie Hammer), um acadêmico que veio ajudar a pesquisa de seu pai, chega. Uma paixão avassaladora domina Elio e ele tem que lidar com todas as incertezas do primeiro amor na adolescência.


A direção de Luca Guadagnino não poderia ser melhor! As lentes precisas do diretor captam cada momento precioso que o filme tem, seja no começo, na primeira cena em que Guadagnino desliza a câmera na primeira vez que Elio olha Oliver, seja no final, de frente para a lareira, em uma das cenas mais tocantes dos últimos anos.



Me Chame Pelo Seu Nome parece ter um começo interminável, nas tardes quentes, nas idas até o rio, nas refeições barulhentas, na troca de olhares dos dois protagonistas no primeiro ato, mas não se engane, o ritmo não é lento, quando vc perceber, a paixão avassaladora vai ter te prendido e o filme vai começar a correr e você não vai querer que acabe. Esse ritmo que oscila é fundamental para que haja uma conexão do telespectador com os personagens, que são muito bem construídos.


O roteiro bem dosado de James Ivory acerta em passar todas as incertezas do primeiro amor na adolescência, também acerta em mostrar o sexo e a sexualidade de uma maneira realista, mas o principal acerto é a construção de Elio, que é um dos personagens mais interessantes do ano. Elio é um adolescente, cheio de dúvidas e medos, está com os hormônios a flor da pele e consegue transparecer todos os anseios que o primeiro amor causa em um adolescente. Isso não é mérito exclusivo do roteiro, já que temos uma ótima direção e um trabalho excepcional de Chalamet, que mesmo com pouca idade, se mostrou um ator maduro e talentoso.


Sabe quando você assiste um filme e você sabe que ele foi feito com carinho? Que cada detalhe foi pensado e feito com todo o esmero do Universo? Pois é, aqui isso é presente em cada cena. Além do roteiro, da direção e das atuações, a bela fotografia de Sayombhu Mukdeeprom, a trilha sonora escolhida a dedo e o design de produção são perfeitos.

 Timothée Chalamet entrega uma performance complexa, que é contida nos momentos certos, sem deixar de demonstrar o turbilhão de sentimentos que seu personagem passa. As últimas cenas dele são de cortar o coração e muito do que o filme tem de bom, pode ser creditado a Chalamet. Sua indicação ao Oscar é merecida e ele é passível de vitória. Armie Hammer é competente, ele tem um carisma absurdo e consegue ter um charme fora do normal, mas fora isso, ele é ofuscado por Chalamet a maioria do tempo. Michael Stuhlbarg tem uma cena no terceiro ato muito boa, apoiado em um roteiro ótimo com falas tocantes, o ator consegue emocionar mesmo sem ter tido muito espaço no filme.


Por fim, Me Chame Pelo Seu Nome é um dos poucos filmes que realmente tocam pela sutileza, sensibilidade, pelas características técnicas impecáveis e por um personagem bem escrito e bem atuado. 

5.0/5

96% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
93/100 no Mettacritic


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