Capitã Marvel (Captain Marvel - 2019)
A Marvel está estabelecida com seu Universo Cinematográfico há mais de uma década e até então, nunca tinha feito um filme solo de uma heroína. Muita expectativa se criou em torno de Capitã Marvel, pela importância de um filme desse porte protagonizado por uma mulher e pela heroína em questão, ser a mais poderosa do Universo da Marvel. Infelizmente, essa expectativa não foi preenchida pela falta de ousadia e pelo roteiro mediano do filme.
Ambientado nos anos 90, o longa conta a história de Carol Danvers, uma guerreira que no espaço, luta contra os Skrulls, uma raça alienígena que tem a habilidade de se transformar em quem quiserem. Sem memória, ela cai acidentalmente na Terra e começa a descobrir coisas do seu passado e a se descobrir como uma verdadeira heroína.
A direção de Anna Boden e Ryan Fleck é pouco inspiradora, mas nunca chega a comprometer a qualidade do longa. As sequências de ação, talvez, sejam a parte mais frágil da direção deles. Se os Irmãos Russo elevaram o nível dessas cenas nos filmes da Marvel com coreografias excelentes e sem aqueles cortes secos, em Capitã Marvel foi tudo por água abaixo, já que em algumas cenas é tudo feito por CGI, em outras, têm cortes toda hora na hora da luta, enfim, a direção dá uns deslizes.
Quando falamos de um filme de origem de herói (ou heroína), sabemos que que a narrativa será básica e linear, o que não ocorre em Capitã Marvel, que opta por mostrar a heroína no futuro e aos poucos, ir revelando seu passado. Descobrimos junto com Carol (que perdeu a memória) qual a sua verdadeira história, por meio de flashbacks, que são bem inseridos e que movimentam bem a trama.
O roteiro foge dos clichês e coloca um plot na primeira metade da trama, gerando uma surpresa interessante, além de desenvolver bem a personagem principal, mas embora eu sempre reclame das piadas infames que os filmes da Marvel insere em momentos desnecessários, em Capitã Marvel falta humor, já que o filme não tem grandes momentos dramáticos.
O excesso de músicas que tentam causar nostalgia, já que o filme se passa nos anos 90, é um ponto fraco do longa, se fosse em um ou outro momento, seria válido, mas abusam desse artifício e o tornam cansativo. O visual do filme é bonito e bem feito, mas não esbanja criatividade ou personalidade, é funcional.
Brie Larson está bem no papel, ela consegue convencer nas cenas de ação e não compromete nos momentos dramáticos, mas nunca se sobressai ou tem um destaque, para alguém que venceu o Oscar recentemente com uma performance tão boa, era de se esperar mais. Samuel L. Jackson rouba a cena, tem um timing cômico excelente e entende o personagem como ninguém. Ele dá um apoio fundamental para a personagem da Larson, que é mais séria. Jude Law tá insosso e apagado e a Anette Bening têm pouquíssimas cenas, mas no pouco que aparece, está muito bem.
Capitã Marvel é um filme razoável, que tem um ou outro momento realmente bom, mas que não chega a empolgar. As pessoas falam tanto sobre a briga de DC vs Marvel e aqui, Mulher-Maravilha se faz um filme de heroína muito melhor. Agora nos resta torcer para que os filmes da Viúva e da Arlequina sejam realmente épicos.
3.0/5
79% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
64/100 no Metacritic
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