Lily Allen surgiu em 2006, com um clipe tão gostoso e um álbum tão acima da média, que seria curioso ver sua carreira decolar. Hoje, quase 8 anos depois, a cantora volta com seu terceiro álbum, intitulado "Sheezus".
Embora não supere o seu antecessor ( seria impossível superar o It's Not Me, It's You), Sheezus cumpre bem seu trabalho, foge um pouco do convencional e embora não inove tanto assim, ainda é um dos melhores álbuns lançados nos últimos meses.
Lily Allen sempre falou de temas normais, como amor, relacionamento e outras coisas, com naturalidade, sem aquela obviedade que vemos em letras de superação de Katy Perry, ou nas letras de amor pobres da Beyoncé, pelo ao contrário, Lily consegue falar desses assuntos sem parecer over. Quando ela parte para o feminismo e as críticas que ela faz ao cenário musical atual, ah, nessas horas Lily mostra que nos dias de hoje, talvez seja a melhor compositora do POP, pois esse é o ponto forte de Sheezus, AS LETRAS. Sim meu caro, Lily Allen não é uma cantora com vocal poderoso, mas seu timbre é agradável e Lily usa isso bem em suas músicas.
Falando mais das músicas, dois dos quatro singles lançados até agora são fracos, a própria Sheezus e a pobre de produção Air Balloon, são de longe as mais frágeis dos álbuns, a primeira por ter uma produção quase duvidosa e ter o que é super desnecessário, a tão famosa língua ferina da Lily falando da Katy, é óbvio que um comentário ou outro a gente considera, afinal, ninguém é perfeito, mas logo no refrão? Não, não colou Lilyzinha. A segunda, por ser comum demais, produção fraca, refrão sem explosões, vocal médio, etc. Fora isso e a desnecessária Interlude, o álbum conta com músicas de permeiam de ótimas para perfeitas.
Como eu disse anteriormente, Lily fala de amor, de relacionamento, de todos os temas comuns, de maneira menos convencional, mais agradável e melhor. Our Time e Life for Me são exemplos de músicas que tinham tudo para serem clichês, mas não são, porque Lily compõe como ninguém. As Long as I Got You é bem legal também, tem uma pegada mais caipira e eu amo. Hard Out Here é um dos presentes que só a Lily sabe fazer, hino feminista, com direito a clipe foda e tudo mais. Silver Spoon é ótima, tem pegada comercial e produção bem redondinha, uma ótima opção para single, mas a melhor do álbum, em termos de resultado final, combinação de letra com melodia é sem dúvida, a ótima Take My Place, que surpreende e quase grita para ser um single bem divulgado.
Sheezus não é perfeito, mas ainda sim traz um pouco de inovação, coisa que é de praxe pra Lily Allen, tem músicas ótimas e Lily se mostra mais uma vez, totalmente necessária no cenário POP atual, seu talento como compositora e cantora é indiscutível e seria uma perda não ter um belo retorno como esse.
Destaque: Take My Place
Descarte: Sheezus
4.2/5
terça-feira, 29 de abril de 2014
domingo, 20 de abril de 2014
CineMusicalidade: Lady Gaga - ARTPOP (2013)
ARTPOP - Lady Gaga (2013)
Lady Gaga sempre foi polêmica, dividindo opiniões, as vezes aclamada como inovadora, as vezes taxada como cópia.
No seu quarto álbum de estúdio, intitulado ARTPOP, a cantora provou que as vezes inovação e criatividade, nem sempre soam como características positivas no cenário musical atual.
O problema do ARTPOP é o excesso , excesso de gritaria, excesso de melodias em uma música só, e o que me incomodou demais, foi que o vocal da Gaga foi desvalorizado em muitas músicas, nessa tentativa louca de mostrar que canta, Gaga se perdeu e muito.
A faixa que abre o álbum, intitulada Aura, é um crime contra a arte, melodia desprezível, gritaria desnecessária e uma falta de comercialismo sem tamanho (o que nem sempre quer dizer uma coisa ruim) Venus e G.U.Y seguem a linha de um pop menos convencional, porém muito bom, Dope, Gypsy, Applause e Donatella são ótimas também, mas o destaque do álbum é de Do What U Want que é de longe a melhor do álbum e um dos melhores trabalhos da cantora, o resto do álbum é totalmente dispensável, muita gritaria, pouca qualidade em um álbum que se perdeu bastante desde o conceito até o resultado final.
Lady Gaga tem tudo para ser uma das melhores cantoras da sua geração, não só a mais lembrada, mas a melhor, só que esse álbum não chega nem perto, do potencial que a cantora tem para dar.
Destaque: Do What U Want
Descarte: Aura
2.0/5
Excesso de tudo em uma Gaga não tão talentosa assim.
Lady Gaga sempre foi polêmica, dividindo opiniões, as vezes aclamada como inovadora, as vezes taxada como cópia.
No seu quarto álbum de estúdio, intitulado ARTPOP, a cantora provou que as vezes inovação e criatividade, nem sempre soam como características positivas no cenário musical atual.
O problema do ARTPOP é o excesso , excesso de gritaria, excesso de melodias em uma música só, e o que me incomodou demais, foi que o vocal da Gaga foi desvalorizado em muitas músicas, nessa tentativa louca de mostrar que canta, Gaga se perdeu e muito.
A faixa que abre o álbum, intitulada Aura, é um crime contra a arte, melodia desprezível, gritaria desnecessária e uma falta de comercialismo sem tamanho (o que nem sempre quer dizer uma coisa ruim) Venus e G.U.Y seguem a linha de um pop menos convencional, porém muito bom, Dope, Gypsy, Applause e Donatella são ótimas também, mas o destaque do álbum é de Do What U Want que é de longe a melhor do álbum e um dos melhores trabalhos da cantora, o resto do álbum é totalmente dispensável, muita gritaria, pouca qualidade em um álbum que se perdeu bastante desde o conceito até o resultado final.
Lady Gaga tem tudo para ser uma das melhores cantoras da sua geração, não só a mais lembrada, mas a melhor, só que esse álbum não chega nem perto, do potencial que a cantora tem para dar.
Destaque: Do What U Want
Descarte: Aura
2.0/5
Excesso de tudo em uma Gaga não tão talentosa assim.
quinta-feira, 17 de abril de 2014
CineMusicalidade: Sam Alves - Sam Alves
O CineMusicalidade será uma coluna nova do blog, onde falarei sobre artistas, álbuns e sobre o cenário POP atual.
Sam Alves surgiu no The Voice do ano passado aqui no Brasil e se mostrou, de longe, o que mais tinha comercialidade do grupo de ótimos cantores do programa, desde então, muito se especulou sobre seu primeiro álbum. Todos sabem que aqui no Brasil (lá fora também) dificilmente um vencedor de reality show consegue se manter nas paradas por muito tempo, mas com Sam, poderia ser diferente, só poderia...
Não estou jogando praga e nem nada, até porque ele é um ótimo cantor, simpático, com voz potente e aparência legal, mas seu álbum de estréia é tão fraco, que decepciona qualquer um que criou o mínimo de expectativa. Além do nome batido e sem graça, o álbum parece ter feito as pressas, para que o cantor não caísse no esquecimento. Faixas com poucos arranjos, produções medíocres que não combinam com o vocal do jovem talento e muito mimimi para pouca qualidade, sem mencionar que 65% das músicas são covers, preguiça de lançar algo novo? Ao que parece, sim.
Essa história de ficar colocando metade das músicas em inglês e metade em português não cola, não atinge um público alvo especifico e irrita qualquer pessoa que tente ouvir seu álbum inteiro.
Como tudo na vida, o álbum tem suas qualidades, além do vocal poderoso de Sam, músicas como When I Was Your Man, Hallelujah, A Thousand Years, Counting Stars e Troublemaker são ótimas, mas todas são melhores nas suas versões originais, pois Sam faz apenas o cover, uma mudança no arranjo aqui, outro ali, mas ainda ficam inferiores a original. Nem pense em escutar o resto do álbum, é de doer os ouvidos, dando destaque negativo para Pais e Filhos, que não combina na voz do cantor, aquela performance dramatizada no The Voice soa artificial, inclusive.
Sam Alves encontra vários problemas com seu primeiro disco, mesmo com suas inúmeras qualidades, o disco não teve o tratamento necessário (as vezes o apressado come cru). Uma pena, pois eu esperava algo bom, podia até ter uns 2/3 covers, mas quando se lança um álbum de 11 faixas, onde covers são a prioridade, o resultado final não sai tão bom.
Destaque: Counting Stars
Descarte: Pais e Filhos
1.0/5
Sam Alves, a promessa que até agora, não virou realidade.
Sam Alves surgiu no The Voice do ano passado aqui no Brasil e se mostrou, de longe, o que mais tinha comercialidade do grupo de ótimos cantores do programa, desde então, muito se especulou sobre seu primeiro álbum. Todos sabem que aqui no Brasil (lá fora também) dificilmente um vencedor de reality show consegue se manter nas paradas por muito tempo, mas com Sam, poderia ser diferente, só poderia...
Não estou jogando praga e nem nada, até porque ele é um ótimo cantor, simpático, com voz potente e aparência legal, mas seu álbum de estréia é tão fraco, que decepciona qualquer um que criou o mínimo de expectativa. Além do nome batido e sem graça, o álbum parece ter feito as pressas, para que o cantor não caísse no esquecimento. Faixas com poucos arranjos, produções medíocres que não combinam com o vocal do jovem talento e muito mimimi para pouca qualidade, sem mencionar que 65% das músicas são covers, preguiça de lançar algo novo? Ao que parece, sim.
Essa história de ficar colocando metade das músicas em inglês e metade em português não cola, não atinge um público alvo especifico e irrita qualquer pessoa que tente ouvir seu álbum inteiro.
Como tudo na vida, o álbum tem suas qualidades, além do vocal poderoso de Sam, músicas como When I Was Your Man, Hallelujah, A Thousand Years, Counting Stars e Troublemaker são ótimas, mas todas são melhores nas suas versões originais, pois Sam faz apenas o cover, uma mudança no arranjo aqui, outro ali, mas ainda ficam inferiores a original. Nem pense em escutar o resto do álbum, é de doer os ouvidos, dando destaque negativo para Pais e Filhos, que não combina na voz do cantor, aquela performance dramatizada no The Voice soa artificial, inclusive.
Sam Alves encontra vários problemas com seu primeiro disco, mesmo com suas inúmeras qualidades, o disco não teve o tratamento necessário (as vezes o apressado come cru). Uma pena, pois eu esperava algo bom, podia até ter uns 2/3 covers, mas quando se lança um álbum de 11 faixas, onde covers são a prioridade, o resultado final não sai tão bom.
Destaque: Counting Stars
Descarte: Pais e Filhos
1.0/5
Sam Alves, a promessa que até agora, não virou realidade.
segunda-feira, 14 de abril de 2014
Review: Philomena
Philomena (2013)
Com um filme baseados em fatos reais, uma história no mínimo tocante, um elenco ótimo, um roteiro afiado e um resultado final mais do que positivo, Philomena veio para fazer rir, chorar e se encantar com uma história convencional.
Philomena é uma adorável senhora, que teve um filho há 50 anos, mas que com poucos anos de vida, foi tirado dela por razões que serão reveladas durante o filme. Martin é um jornalista sincero, que trabalhou na BBC e depois de ser demitido, fica deprimido e tenta encontrar novos rumos. A história começa mesmo, quando os dois se encontram, para Martin documentar a história de Philomena, aí a jornada em busca de seu filho tem inicio.
O diretor Stephen Frears, realiza aqui, um trabalho ainda mais memorável que "A Rainha" (filme que ele dirigiu e que deu a Helen Mirren o Oscar de melhor atriz), utiliza muito bem as partes dramáticas, sem muito exagero, fora que eu amo o modo como o filme é filmado, todos os ângulos estão perfeitos, mas o que encanta mesmo é o roteiro, bem redondinho, amarradinho e perfeitinho, parece tolice dizer isso, mas todo o roteiro é bem realista, sem melodramas excessivos, sem aquela coisa de filme americano sabe? É um autêntico filme europeu, com uma pegada bem mais "crua".
As performances estão na medida, nem a mais, nem a menos, Steve Coogan faz um ótimo trabalho, mas o show é de Judi Dench, uma das melhores atrizes vivas, sem sombra de dúvidas(7 indicações ao Oscar em 17 anos). Judi, ao contrário da Angelina Jolie em 2008 com A Troca, faz a uma performance na medida, com poucas explosões dramáticas, respeitando sua personagem e nos brindando com uma das atuações mais belas da década.
Com um resultado final beirando ao impecável, mesmo com a sensação de que falta algo, quando essa coisa que falta é procurada, não é achada, porque Philomena é um filme amarrado, sem pontas soltas, com inúmeros pontos positivos, que anulam os poucos (ou nenhum) pontos negativos.
5/5
Média 76/100 no Mettacritic
92% de notas positivas no Rotten Tomatoes
Com um filme baseados em fatos reais, uma história no mínimo tocante, um elenco ótimo, um roteiro afiado e um resultado final mais do que positivo, Philomena veio para fazer rir, chorar e se encantar com uma história convencional.
Philomena é uma adorável senhora, que teve um filho há 50 anos, mas que com poucos anos de vida, foi tirado dela por razões que serão reveladas durante o filme. Martin é um jornalista sincero, que trabalhou na BBC e depois de ser demitido, fica deprimido e tenta encontrar novos rumos. A história começa mesmo, quando os dois se encontram, para Martin documentar a história de Philomena, aí a jornada em busca de seu filho tem inicio.
O diretor Stephen Frears, realiza aqui, um trabalho ainda mais memorável que "A Rainha" (filme que ele dirigiu e que deu a Helen Mirren o Oscar de melhor atriz), utiliza muito bem as partes dramáticas, sem muito exagero, fora que eu amo o modo como o filme é filmado, todos os ângulos estão perfeitos, mas o que encanta mesmo é o roteiro, bem redondinho, amarradinho e perfeitinho, parece tolice dizer isso, mas todo o roteiro é bem realista, sem melodramas excessivos, sem aquela coisa de filme americano sabe? É um autêntico filme europeu, com uma pegada bem mais "crua".
As performances estão na medida, nem a mais, nem a menos, Steve Coogan faz um ótimo trabalho, mas o show é de Judi Dench, uma das melhores atrizes vivas, sem sombra de dúvidas(7 indicações ao Oscar em 17 anos). Judi, ao contrário da Angelina Jolie em 2008 com A Troca, faz a uma performance na medida, com poucas explosões dramáticas, respeitando sua personagem e nos brindando com uma das atuações mais belas da década.
Com um resultado final beirando ao impecável, mesmo com a sensação de que falta algo, quando essa coisa que falta é procurada, não é achada, porque Philomena é um filme amarrado, sem pontas soltas, com inúmeros pontos positivos, que anulam os poucos (ou nenhum) pontos negativos.
5/5
Média 76/100 no Mettacritic
92% de notas positivas no Rotten Tomatoes
Uma dupla inesperada, interessante e adorável.
quinta-feira, 3 de abril de 2014
Review: Família do Bagulho
Família do Bagulho (We're the Millers - 2013)
Ignorando mais uma vez a tradução escrota que fizeram aqui nesse maravilhoso país, We're the Millers veio como um alívio cômico em 2013, que no gênero de comédias escrachadas, não foi lá bem sucedido. Eu digo comédias escrachadas porque 2013 teve muitos "dramédias" bons, mas aquele comédia com sexo e palavrão, aquela bem suja mesmo (mas com qualidade,é claro), ficaram devendo.
O filme começa quando um traficante meia-boca é roubado e para pagar sua dívida ao seu chefe, tem que atravessar a fronteira do México com muita, muita droga. Para não levantar suspeitas, ele "contrata" dois vizinhos, entre eles um moleque virgem e uma mulher que é stripper, e uma garota de rua que todos finjam ser uma tradicional família americana.
No meio dessa viagem maluca, muitas coisas acontecem, coisas alucinantes, situações minimamente bem feitas, que levam ao delírio, tudo isso graças as performances ótimas e a um diretor que realiza um trabalho excelente, Rawson deixa sua marca e faz seu melhor filme até agora.
Os 4 protagonistas principais estão bem, envolvidos em um roteiro sujo (no bom sentido), cheio de palavrões e linguagem sexual, mas que ainda sim, não fica patético como na maioria dos filmes nesse estilo.
O resultado final é positivo, ainda que nas cenas finais o filme caia no clichê, não tira os créditos que o filme tem ao longo de sua execução. O filme faz rir e faz rir bastante, mas mesmo com o o nome abrasileirado, passa longe de ser um filme familiar, de preferência não veja com seus avós.
Olhando o filme como um todo, Família do Bagulho não é inovador, não é um filme técnico e nem um filme perfeito, mas com um roteiro ótimo e performances adequadas, acaba tendo um resultado final positivo e vai além do esperado.
Média 44/100 no Mettacritic
47% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
4.0/5
Ignorando mais uma vez a tradução escrota que fizeram aqui nesse maravilhoso país, We're the Millers veio como um alívio cômico em 2013, que no gênero de comédias escrachadas, não foi lá bem sucedido. Eu digo comédias escrachadas porque 2013 teve muitos "dramédias" bons, mas aquele comédia com sexo e palavrão, aquela bem suja mesmo (mas com qualidade,é claro), ficaram devendo.
O filme começa quando um traficante meia-boca é roubado e para pagar sua dívida ao seu chefe, tem que atravessar a fronteira do México com muita, muita droga. Para não levantar suspeitas, ele "contrata" dois vizinhos, entre eles um moleque virgem e uma mulher que é stripper, e uma garota de rua que todos finjam ser uma tradicional família americana.
No meio dessa viagem maluca, muitas coisas acontecem, coisas alucinantes, situações minimamente bem feitas, que levam ao delírio, tudo isso graças as performances ótimas e a um diretor que realiza um trabalho excelente, Rawson deixa sua marca e faz seu melhor filme até agora.
Os 4 protagonistas principais estão bem, envolvidos em um roteiro sujo (no bom sentido), cheio de palavrões e linguagem sexual, mas que ainda sim, não fica patético como na maioria dos filmes nesse estilo.
O resultado final é positivo, ainda que nas cenas finais o filme caia no clichê, não tira os créditos que o filme tem ao longo de sua execução. O filme faz rir e faz rir bastante, mas mesmo com o o nome abrasileirado, passa longe de ser um filme familiar, de preferência não veja com seus avós.
Olhando o filme como um todo, Família do Bagulho não é inovador, não é um filme técnico e nem um filme perfeito, mas com um roteiro ótimo e performances adequadas, acaba tendo um resultado final positivo e vai além do esperado.
Média 44/100 no Mettacritic
47% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
4.0/5
Jennifer em uma cena épica
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