A Teoria de Tudo é uma cinebiografia de um dos maiores cientistas das últimas décadas, o Stephen Hawking. Indicado ao Oscar de melhor filme, com dois protagonistas indicados na categoria principal de atuação e todo o hype que teve, A Teoria de Tudo e um romance/drama que mesmo sendo um filme bem feito, que te emociona bastante, deixa um pouco a desejar.
Stephen, um jovem e inteligente estudante de física, se apaixona pela doce Jane, que também corresponde de imediato o sentimento que ali começa a aparecer, mas Stephen é diagnosticado com uma doença terminal e e sua expectativa de vida é avaliada em 2 anos, e o filme vai se desenrolando a partir daí.
James Marsh é o diretor e ele tem bons momentos no filme e maus momentos também, aliás, essa é uma característica bem forte do filme, pontos altíssimos e baixíssimos, gosto do jeito que Marsh filma, a fotografia está bonita, a cena dos dois no baile é de cair o queixo, de tão bem feita, mas Marsh tem pressa e isso irrita, logo no primeiro ato é jogado tudo em nossa cara, sem muito ritmo, parece que ele quis partir logo para a "hora da doença",sem explorar muito a vida acadêmica de Stephen, ou o começo do namoro dois. É encontro, descobrimento da doença e casamento, tudo em um boom só. Querer mostrar tudo e todos com um excesso inimaginável de bondade também foi algo que me incomodou bastante. até os assuntos que teriam que ser vistos como "polêmicos" são tratados como normais, afinal, as personagens são quase santidades divinas, que não sentem absolutamente nada de ruim.
O roteiro é um pouco raso, tem bons diálogos em alguns momentos e o filme tem seu brilho inicial e depois seu brilho final, mas parece que falta algo, falta uma chama, parece que esses excessos de cuidado e bondade não soam como algo real, se o roteirista tivesse ousado mais, sairia uma nota máxima em todos os sites e jornais possíveis do mundo. O filme acaba girando em torno da performance quase excelente de Eddie Redmayne, dá pra entender os motivos do diretor querer passar logo para quando a doença avança em Stephen.
As performances são o ponto alto do filme. Eddie Redmayne tem uma performance que beira a excelência, principalmente na parte física de sua composição, embora tenha deixado muito a desejar nas cenas dramáticas iniciais, mais em específica a cena que ele descobre a doença, todo o resto ele faz de maneira exemplar, nos momentos em que ele já está sem fala, mostra a força de sua atuação, só com o olhar ela derruba metade dos atores que estavam indicados esse ano. A cena da escada com seu filho também é de partir o coração de qualquer um, acredito que seu Oscar seja bem merecido e que Eddie teve aqui, a performance de sua vida. Felicity Jones tem uma performance que oscila bastante, bastante mesmo, enquanto em algumas cenas convence, em outras parece só "just ok", uma das cenas finais é excelente, Jones mostra a que veio e toda sua carga dramática é exposta, fora isso, se mostra um pouco frágil e inexperiente em alguns momentos.
Embora tenha algumas falhas, A Teoria de Tudo termina com um saldo positivo, mesmo com seu roteiro raso, sua falta de ousadia e seu excesso de bondade, o diretor consegue realizar um bom trabalho, a trilha sonora impecável, a fotografia excelente, a performance arrebatadora do Eddie, tudo isso se sobrepõe aos defeitos que o filme carrega, mesmo que o lado acadêmico e científico da vida de Stephen pudesse ser mais explorado, o lado do romance e o lado familiar é bem explorado, a vida mesmo de Stephen foi difícil, mas ele não deixou se abater, o filme passa a todo momento essa mensagem, vale a pena assistir.
3.5/5
79 % de críticas positivas no Rotten Tomatoes
73/100 no Mettacritic
Nenhum comentário:
Postar um comentário