A Pequena Miss Sunshine é um "dramédia" estadunidense que dá certo em todos os sentidos.
Olive é uma garotinha fofa que sonha em ser miss, ela finalmente se classifica para o concurso "A Pequena Miss Sunshine" e leva a família toda durante uma viagem maluca para chegar até o concurso. O chefe da família, Richard, vende um programa de motivação, inflando sempre as etapas para ser um vencedor, mesmo ele sendo um fracassado. Seu pai, Edwin, foi expulso de uma casa de repouso por usar heroína, mas mesmo com seus defeitos, ama a neta e à treinou todos os dias para o concurso. Sheryl é a esposa de Richard, ela é uma ótima mãe de família e uma ótima esposa, mas fuma compulsivamente e esconde o vício da família. Seu irmão Frank é um homossexual frustrado, que tenta o suicídio e ate nisso fracassou. O irmão de Olive é o Dwayne, que se alistou na escola de aviação e até alcançar seu objetivo, fez voto de silêncio. Imagina todas essas pessoas atravessando o estado com uma combe precária? Pois é, confusões na certa.
A dupla de diretores Jonathan Dauton e Valerie Faris fazem uma ótima estréia na direção desse drama independente, que conquistou a crítica e o público. A direção realiza um ótimo trabalho, além de dirigir muito bem o elenco, mantém um ritmo muito bom de filme, apresenta bem os personagens e seus problemas e depois consegue ter um desenvolvimento de personagens ótimo. Também consegue acertar em cheio na escolha das câmeras, os closes são inteligentes e potencializam ainda mais as performances. A fotografia em si é bem bonita, nas cenas na estrada, quando eles saem da combe para comer, ou algo do tipo, o plano se abre e é lindo de se ver.
Nesse filme têm dois pontos que são os destaques: o elenco e o roteiro.
O roteirista também é estreante, Michael Arndt, que venceu o Oscar de roteiro original pelo excelente trabalho que realizou aqui. O roteiro é excelente, ele é objetivo, diálogos enxutos e claro, um prato cheio para o elenco dar boas performances.
A história de "a família disfuncional, cheia de problemas que se veem ali, encurralados, na obrigação de resolver suas diferenças" pode até parecer clichê, mas não é. As situações cômicas que a família vai enfrentando ao longo do filme são hilárias, as vezes pela combe precária, as vezes pelas relações conturbadas, o filme consegue se equilibrar entre a comédia e o drama, tendendo mais para o cômico.
Como eu disse, o elenco é outro ponto forte do filme, óbvio que bem sustentados por um roteiro incrível, mas mesmo assim os atores estão de parabéns.
O elenco é impecável e as melhores performances são dos dois caçulas do filme. Abigail Breslin, faz a adorável Olive, que é esperta e compreende bem os problemas familiares que existem em sua casa, Abigail além de ser carismática, mostra a força de sua atuação em uma cena com o Dwayne, onde ela dá apoio ao menino, uma coisa linda de se ver. Paul Dano faz uma performance incrível, mesmo que sem falas, ela se entrega ao papel e até merecia mais a indicação ao Oscar que o Alan Arkin recebeu. Alan faz o Edwin, um senhor usuário de heroína, machista, mas que ama sua neta, ficando mais para o lado da comédia, Alan chega a ser hilário em algumas partes. Steve Carell está em um de seus papéis mais dramáticos, bem diferente do que costumamos ver, Carell trabalha sutilmente, as emoções que seu personagem tem são passadas só com as feições. O resto do elenco entrega um bom trabalho também.
A Pequena Miss Sunshine é um exemplo clássico de um filme que dá certo, é engraçado, tem bons personagens e um roteiro incrível, sem citar aquela cena final épica.
5/5
91% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
80/100 no Mettacritic
Uma das cenas mais bonitas do filme.
Nenhum comentário:
Postar um comentário