As comédias brasileiras tem conquistado um enorme espaço entre o público, são acessíveis, de fácil compreensão e com rostos conhecidos no elenco.
A famosa pensão da Dona Jô foi interditada pela vigilância sanitária na mesma semana em que Valdo recupera seu apartamento no Leblon (olha que coincidência né?) e Valdo de bom grado, leva todos para seu apartamento,gerando assim um embate de realidades sociais.
O diretor é o César Rodrigues, que também dirige o seriado, não conheço muito do seu trabalho, mas os dois filmes dele que eu assisti são péssimos (Sexo, Amor e Traição e High School Musical - O Desafio), mas aqui, consegue um trabalho ainda melhor que na série. Óbvio que ele deixa o elenco bem solto, para improvisações, assim como na maioria das comédias brasileiras, mas ainda sim ele dirige todo mundo muito bem.
O roteiro é bom, achei a ideia de fazer o filme fora da pensão da Dona Jô ótima, assim dá um ar novo pro filme e cria situações inéditas para os personagens, o roteiro é totalmente despretensioso e consegue dar ao público um entretenimento que mesmo não sendo o mais inteligente do mundo, convence.
A Quebra da quarta parede é usada praticamente o tempo todo, muito mais que na série , isso deixa o público completamente envolvido com o filme, familiarizado ainda mais com aqueles personagens que a gente já conhece. Não é sempre que eu acho esse recurso necessário, mas aqui é genial, combinado com o jeito mau-humorado do Valdo, não tem como não gostar, César realmente acertou em cheio.
O elenco é excelente, todos estão muito bem fazendo comédia, o roteiro não exigiu de ninguém nada que fosse além da comédia, pura e simples, seja nas palavras erradas de Maycon, nas caras e bocas da Jessica ou nas loucuras do Ferdinando, todos sempre brincando com os próprios defeitos físicos e suas condições sociais, mais uma qualidade de Vai Que Cola, eles não se levam a sério e com isso conseguem rir de si mesmos, todos estão em seus melhores momentos, até a Tcheca está engraçadinha, embora seja totalmente desnecessária aqui e na série.
Paulo Gustavo é o nome do Filme, por mais que o elenco de apoio seja extremamente competente, ele carrega nas costas e com maestria. sabe quando um ator chega no seu ápice? Então, Paulo nunca esteve tão engraçado, as tiradas que ele tem são hilárias, e todo o bullying que ele propaga é saudável e engraçado.
Como eu já disse anteriormente, o elenco de apoio está muito bom e o melhor coadjuvante do filme é o Marcus Majella, que consegue entrar no personagem de uma forma que não separamos o ator do Ferdinando. Samantha Schmutz usa e abusa do seu famoso carisma, ela não faz piadas escrachadas e nem tem tiradas geniais, mas suas caras e bocas são impagáveis. Cacau Protásio é outro nome que nos surge a cabeça nesse filme, acho ela bem oscilante na série, as vezes engraçada, as vezes não, mas no filme ela consegue acertar na dose do humor e se sobressai. O resto do elenco é bem competente.
Talvez um dos poucos defeitos que o filme carrega é que os novos personagens não são bem inseridos no filme, não há um desenvolvimento legal para eles, aquele final para o personagem do Oscar Magrini é deprimente.
Eu nunca pensei que iria elogiar tanto um filme nacional desse gênero, já que cada vez mais as fórmulas de comédias brasileiras estão tediosas, mas diferentemente do Minha Mãe É Uma Peça, Meu passado me Condena e Superpai, o filme tem um ritmo bom, acerta na dosagem da comédia e tem um protagonista que bota qualquer um no chão, de tanto rir.
4.5/5
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