Quando Carol saiu, há quase um ano atrás no Festival de Cannes, muito se falava sobre as protagonistas, Rooney Mara e Cate Blanchett, Mara venceu o prêmio de melhor atriz e mesmo assim eu duvidei que ela estaria melhor que Blanchett, e não é que eu me enganei?
Carol é um romance ambientado nos anos 50. Therese trabalha em uma loja de brinquedos, tem um emprego bem monótomo, até a confiante e glamourosa Carol aparecer por lá, despertar interesse em Therese e chamá-la para sair, as duas começam a se apaixonar lentamente e aí que os problemas de ser um casal lésbico na época começam a aparecer.
Todd Haynes é um excelente diretor, ele é bem caprichoso, que preza pelos detalhes, Carol é cheio deles, todos os elementos técnicos estão ótimos, os figurinos, a maquiagem, os penteados, a direção de arte é incrível, a fotografia é muito bonita, a trilha sonora é assertiva, tudo aqui orna para que o filme funcione perfeitamente bem. Embora não seja o melhor filme do Haynes (Longe do Paraíso é excelente), Carol é o tipo de filme que consegue agradar público e crítica sem muita dificuldade.
Haynes também assina como roteirista e mais uma vez acerta em cheio, o roteiro é ótimo.
Sabendo da beleza única de Blanchett, Haynes flerta com isso o tempo todo, foco nas suas unhas, foco nos seus penteados, foco no seu carão, foco na atriz com uma das presenças mais fortes das últimas décadas.
O elenco está muito bem, Haynes dirige suas atrizes como ninguém. Cate Blanchett é uma atriz de presença, nos dois primeiros atos, ela não têm cenas que precisem de um nível alto de atuação, até chegar o terceiro ato. No terceiro ato, Blanchett tem uma das cenas finais mais incríveis da temporada e firma sua performance como uma das melhores do ano, embora esse hype todo que criaram em cima de sua performance seja exagerado. Rooney Mara não é a atriz mais carismática do mundo, mas é incrível como ela amadureceu, aqui ela faz a melhor performance do filme, ela acerta em toda a linguagem corporal, tem carga dramática bem explorada e acerta em cheio quando sua personagem amadurece e deixa de ser a garota com olhos inocentes para ser uma mulher bem mais confiante e madura. Sarah Paulson e Kyle Chandler são ótimos coadjuvantes e não deixam nada à desejar em relação as protagonistas.
Carol é um filme quase perfeito, se não fosse pelo ritmo um pouco arrastado seria o melhor filme da temporada de premiações. A direção é um primor e as performances são ótimas. Com Ponte dos Espiões, Spotlight e O Regresso figurando entre os indicados e dois deles como favoritos, Carol cabia muito bem entre os indicados á melhor filme e Haynes merecia sua indicação como diretor.
4.5/5
93% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
95/100 no Mettacritic
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