segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Review: A Esposa


A Esposa (The Wife - 2019)

Um roteiro mediano nas mãos de um ator ou uma atriz experiente e competente pode elevar o nível de um filme que poderia ser mais do mesmo. Esse é o caso de A Esposa, filme que pode dar o primeiro Oscar (depois de 6 derrotas) para Glenn Close.

Joseph Castleman (Jonathan Pryce) é um romancista premiado e famoso, que vence o Nobel da Literatura. Na viagem para entrega do prêmio, sua esposa Joan Castleman (Glenn Close), que a vida toda apoiou e se sacrificou pelo marido, começa a se questionar se valeu a pena abrir mão de sua vida profissional quando era jovem.



O roteiro de Jane Anderson não é o mais inovador, ao longo do filme, principalmente nos primeiros 50 minutos, tudo o que vemos é um combinado de clichês que leva A Esposa para um plot não tão surpreendente assim, mas Jane soube construir e desenvolver bem os dois protagonistas, ainda que os personagens coadjuvantes não sejam tão explorados.


A direção do sueco Björn Runge acerta em captar cada emoção (contida ou explosiva) da Glenn Close, extrai ótimas performances do elenco e acerta em dar o foco necessário nos personagens, mas falta cenas dos flashbacks e a edição insere as cenas que tem em momentos errados, quebrando o ritmo, que já não é dos melhores.

O filme pode até soar ofensivo para as/os feministas e realmente há escolhas questionáveis do roteiro, mas dá para entender que dentro daquele universo de Joan, ela tomou as decisões dentro da sua própria visão. Há uma razão (não quero dar spoilers) que não se sustenta, mas se ignorarmos isso, conseguimos entender Joan.


Glenn Close é a alma do filme e ela eleva a qualidade de A Esposa. Ela demonstra ter um domínio de cena ímpar, ela sabe exatamente o que sua personagem sente e demonstra isso com o olhar, há duas cenas que ela explode que são perfeitas. É uma das favoritas a vencer o Oscar de Melhor Atriz e se vencer, será merecidamente. Jonathan Pryce também está bem, em uma cena ou outra a Glenn ofusca ele, mas nada que seja um defeito muito grande, sua cena final é estupenda. A versão mais nova do casal principal também atuam bem, mas seria bom se tivessem mais cenas dos dois. Max Irons (David) consegue roubar a cena, mesmo seu personagem não sendo tão bem explorado e sendo usado apenas para movimentar a trama, ele tem uma boa carga dramática.


A Esposa é um drama que se não fosse pelo estupendo trabalho da Glenn Close, seria convencional, com acertos e erros.

3.5/5

84% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
77/100 no Metacritic



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