terça-feira, 22 de agosto de 2017

Review: Anabelle 2: A Criação do Mal


Annabelle 2: A Criação do Mal (Annabelle: Creation - 2017)

O Universo de Invocação do Mal acaba de ganhar mais um capítulo assustador. Annabelle 2: A Criação do Mal veio para tirar aquela má impressão que ficou do primeiro filme.

Samuel e sua mulher Esther passam por uma tragédia familiar, anos após perderem a sua família, os dois resolvem oferecer sua casa enorme como um orfanato para algumas garotas. Conforme os dias vão passando, as meninas começam a perceber que a casa dos Mullins têm alguns segredos que não poderiam serem revelados e manifestações estranhas começam a acontecer.



David F. Sandberg faz uma direção muito assertiva e cheia de personalidade. Por mais que o filme não fuja o tempo todo dos clichês do gênero, Sandberg movimenta a câmera de maneira diferente, fora do convencional para o gênero. ele desfoca em vários momentos também, colocando "as assombrações" fora do plano central da câmera, sem foco, trazendo um mistério para aquilo que já está na nossa cara. O silêncio é usado o tempo todo e isso é muito bom. Por vários momentos terá silêncio constante, que te deixará agonizado, na ponta da cadeira, esperando para ver o que vai acontecer.



Uma característica presente em Invocação do Mal, Invocação do Mal 2 e aqui também, é que todos os espaços da casa são bem explorados, no primeiro Annabelle, não vimos isso acontecer, não havia muitos espaços para o diretor explorar.

O clímax é muito bem construído, a atmosfera aterrorizante é criada, seja pela fotografia, que opta por uma paleta de cores que evita cores quentes, seja pela trilha-sonora que é milimetricamente calculada para explodir nos momentos certos, ou até mesmo pelo silêncio citado acima, que cria momentos de tensão que tiram o fôlego.


O roteiro é batido, não tem grandes surpresas, mas é o arroz e feijão bem feito. Os personagens se constroem durante a ação, todo o filme é movimentado com as cenas de suspense/terror.

O elenco infantil se sai infinitamente melhor que o adulto. Stephanie Sigman faz uma Irmã Charlotte esquecível, ela não consegue imprimir muita realidade na sua personagem. Talitha Bateman faz um trabalho excelente como Janice, sua personagem cria empatia com o público, consegue passar sem dificuldade pelos momentos mais dramáticos do filme e ainda leva a primeira metade do filme nas costas. Lulu Wilson representa muitas vezes as reações que nós teríamos perante as situações mais escabrosas do filme, ela é a amiga inseparável de Janice, mas que usa sua racionalidade para não fazer aqueles absurdos que os personagens costumam fazer nesses filmes. Ela também traz um pequeno alívio cômico nos momentos de mais tensão, alívios esses que são muito bem empregados.


Annabelle 2: A Criação do Mal faz o convencional bem feito, constrói clímax, traz bons personagens em cena e provoca o que um bom filme de terror tem que provocar: MEDO.

4.0/5

67% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
62/100 no Mettacritic




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