quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Review: Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe



Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe (The Meyerowitz Stories - 2017)

Esse ano, a Netflix teve dois filmes selecionados para a competição oficial em Cannes. Okja foi lançado há alguns meses e já é considerado um dos melhores filmes de 2017, agora, Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe também chegou ao catálogo da Netflix e assim como Okja, surpreende positivamente.

Harold Meyerowitz (Dustin Hoffman) é um artista arrogante e resmungão, ele recebe a visita dos filhos Matthew (Ben Stiller), Danny (Adam Sandler) e Jean (Elizabeth Marvel) para que eles vejam a exposição que uma faculdade vai fazer sobre seu trabalho. Com a família inteira reunida, os conflitos surgem e vários traumas do passado são passados a limpo.


Dirigido e roteirizado por Noah Baumbach, o roteiro é o principal ponto positivo do filme, ele é dinâmico, rápido, consegue se aprofundar bem nos temas escolhidos e nas histórias dos personagens sem ser massante. O desenvolvimento narrativo ocorre em capítulos, dedicados a dar mais foco em um personagem, mas nunca se perde o fio da meada, a atenção principal é na família Meyerowitz. Ele abrange vários temas diferentes causando identificação imediata com algumas das histórias. O humor irônico pode te remeter a alguns filmes do Woody Allen, mas não se engane, Noah deixa sua marca registrada e ainda que faça filmes peculiares, deixa um legado próprio para o cinema contemporâneo.



segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Review: Fala Comigo



Fala Comigo (2017)

Se tem um gênero nacional que sempre consegue destaque é o drama, sempre com críticas interessantes e ótimas atuações, os dramas brasileiros se sobressaem a outros gêneros do nosso cinema, mas em Fala Comigo, por mais que os atores entreguem ótimos trabalhos, o roteiro mal escrito e superficial estraga qualquer chance do filme ter um resultado positivo.

Diogo (Tom Karabachian) é um garoto de 17 anos que está no auge da adolescência, descobrindo sua sexualidade e amadurecendo. Com fetiche sexual incomum, ele liga para as pacientes de sua mãe (Denise Fraga) e se masturba ao ouvir elas falarem. Após algumas ligações, ele se envolve com Ângela (Karine Teles), uma mulher de 43 anos que tem histórico depressivo e está enfrentando um divórcio complicado.


Felipe Sholl dirige e roteiriza o filme. Como um diretor estreante, Felipe se sai bem na parte de direção do elenco, todos estão muito bem escalados em seus papéis, a química entre Karine Teles e Tom Karabachian é fora do normal, mas a impressão que fica é que os atores se saem bem por mérito próprio, já que o roteiro é péssimo. Felipe também deixa claro que está começando ao dar uns closes estranhos nos atores, em um dos embates de Karine Teles com  Denise Fraga, enquanto uma fala, ele filma a reação da outra, deve ter sido proposital, mas ficou bem estranho. Era para ser um dos ápices do filme, já que as duas estão ótimas e nesse embate, há até um bom diálogo, mas Felipe não filma bem. Além disso, Felipe não imprime personalidade nenhuma em sua direção, tudo parece ser mais do mesmo.



quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Performances: Top 5 Michelle Williams


Hoje vamos falar sobre uma das atrizes mais talentosas em atividade. Michelle Ingrid Williams nasceu no dia 9 de setembro de 1980, em Kalispell, no Estado Estadunidense de Montana.  Michelle é bem conhecida no meio cinéfilo, já que atuou em filmes de diretores renomados como Ang Lee, Todd Haynes e Martin Scorsese. Michelle também ficou conhecida por fazer muitos filmes independentes bons. Soma quatro indicações ao Oscar, 1 Globo de Ouro, 1 Critic Choice Awards, 1 Independent Spirit Awards e vários outros prêmios.

5. O Segredo de Brokeback Mountain



segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Review: A Morte Te Dá Parabéns


A Morte Te Dá Parabéns (Happy Death Day - 2017)

O terror está em uma ótima fase, isso é inegável, além de ter vários sucessos estreando em primeiro lugar nas bilheterias de todo o mundo (It - A Coisa, Fragmentado, Corra, Anabelle 2: A Criação do Mal) os filmes estão surpreendendo pela qualidade, que há um bom tempo não se via no gênero. Com A Morte Te Dá Parabéns não foi diferente, o filme estreou em primeiro lugar nos cinemas estadunidenses e vem ganhando fama por ser despretensioso e engraçado.

Tree é uma universitária popular e desbocada, uma mistura de Regina George de Meninas Malvadas com Rachel Witchburn de Ela E Os Caras, um esteriótipo típico de filmes adolescentes. Em seu aniversário, ela é brutalmente assassinada, mas em vez de morrer, Tree volta no mesmo dia, sucessivamente, até que o mistério do seu assassino seja revelado.



Já vimos isso esse ano com Antes Que Eu Vá, um drama adolescente muito bom e na comédia recente da Netflix, Nu. Aí você pode pensar, mas fazer isso com o gênero do terror, vai dar um desgaste para a ideia do looping no tempo, certo? Errado.



quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Especial: O suspense e o terror estão em alta


As reclamações sobre o terror e o suspense atual são recorrentes, as pessoas tem um excesso de saudosismo e costumam desprezar tudo o que é novo, mas vamos admitir? O terror e o suspense estão em uma fase maravilhosa, tanto para a bilheteria, quanto para a qualidade dos filmes.

Nessa sexta-feira 13, listarei alguns filmes de terror e de suspense (que tem elementos desse gênero) que foram lançados recentemente e merecem nossa atenção, ou por inovarem, ou por usar os elementos clássicos do terror com maestria.

Selecionei apenas filmes dessa década. Temos que celebrar a ótima fase que o terror está.


Consequência Mortal (2012)

Escondido no catálogo da Netflix, Consequência Mortal começa parecendo só mais um filme mal feito de terror, mas a atmosfera vai sendo criada como tempo e o filme cresce muito depois dos 30 minutos iniciais.


Fragmentado (2017)

Com performances excelentes de James McAvoy e Anya Taylor-Joy, Fragmentado surpreende por ter um clímax tão bem construído e uma direção no ponto de Shyamalan, após tantos filmes ruins em seu currículo.


O Homem Nas Trevas (2016)

Talvez o melhor filme de suspense do ano passado, O Homem Nas Trevas tem incontáveis acertos, desde a escalação do elenco, por uma ótima exploração da casa, que é o cenário principal, do clímax bem construído, nos deixando na ponta da cadeira, com a respiração ofegante por vários momentos e uma direção impecável do Fede Álvarez.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Review: The Discovery


A Netflix se tornou um monstro do entretenimento, suas séries são sucesso há anos e seus filmes estão começando a tomar um espaço considerável na indústria. The Discovery, um dos títulos novos do catálogo, veio com uma premissa interessante, mas se perdeu em meio a uma somatória de erros.

O que acontece quando um cientista descobre e prova que realmente existe vida após a morte? Que quando morremos, todos nós continuamos vivos? Em The Discovery, um caos mundial, com vários casos de suicídio acontecendo por conta dessa descoberta. A premissa é interessantíssima e o filme tem qualidades a serem destacadas, mas do que adianta ter uma boa premissa, se o roteiro é tão raso? Nada.



quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Review: Mãe


Mãe (Mother - 2017)

Eu não costumo fazer textos com spoilers, acho completamente desnecessário e sempre atrapalha a experiência cinematográfica de quem vai assistir, mas aqui farei uma exceção. Não tem como escrever sobre Mãe sem dar spoilers da trama, então, caso você ainda não tenha visto o filme, peço que não prossiga. Ainda sim, os spoilers que eu vou dar não são dos acontecimentos do filme, são mais da minha interpretação sobre a proposta do Darren Aronofsky mesmo.

ALERTA DE SPOILERS ABAIXO!

Fui assistir Mãe sem saber nada sobre o filme, vi o primeiro trailer (que é ótimo e não revela nada do filme) e só. Não li as teorias que vários cinéfilos postaram ao longo dessa semana, não li críticas e nem entrevistas do Darren Aronofsky e do elenco. Fugi dos spoilers e fiz bem, pois o filme não é nada daquilo que se pensa.


É importante deixar claro que Mãe não é o tipo redondinho de suspense, ele dá abertura para várias interpretações diferentes, dando espaço para várias ideias e teorias malucas, mas uma coisa se sobrepõe a interpretação pessoal que todos podem fazer sobre o filme: a somatória de suas inegáveis qualidades técnicas.