segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Review: The Discovery


A Netflix se tornou um monstro do entretenimento, suas séries são sucesso há anos e seus filmes estão começando a tomar um espaço considerável na indústria. The Discovery, um dos títulos novos do catálogo, veio com uma premissa interessante, mas se perdeu em meio a uma somatória de erros.

O que acontece quando um cientista descobre e prova que realmente existe vida após a morte? Que quando morremos, todos nós continuamos vivos? Em The Discovery, um caos mundial, com vários casos de suicídio acontecendo por conta dessa descoberta. A premissa é interessantíssima e o filme tem qualidades a serem destacadas, mas do que adianta ter uma boa premissa, se o roteiro é tão raso? Nada.



O roteiro é completamente perdido, além de ter muitos furos e a todo momento deixar pontas soltas, ele é confuso, não por ser complexo e exigir uma atenção grande do telespectador, mas por ir e vir e não chegar a lugar nenhum. No começo do primeiro ato ele funciona bem, mas quando Will (Jason Segel) e Isla (Rooney Mara) saem do trem, tudo começa a desmoronar lentamente.


A direção do quase estreante Charlie McDowell (The One I Love) deixa a desejar. Além dele dar uns "closes" estranhos e bem amadores, falta personalidade. Seu talento para direção de atores também é discutível, já que metade do elenco se sai bem e metade não.

A estética é bem parecida com Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças e o filme até tem momentos bonitos em sua fotografia, com seus tons frios e com a paisagem da praia bem explorada pelo ótimo diretor de fotografia Sturla Brandth Grøvlen (Victoria, A Ovelha Negra), mas do que adianta forma sem conteúdo?


Como eu disse lá em cima, o elenco está mediano, alguns parecem perdidos, outros conseguem se sair bem. Jason Segel não convence fazendo drama, além de não ter expressão, a química com a Rooney Mara é inexistente. Rooney Mara é uma atriz que vem crescendo bastante nos últimos anos, sempre escolhe projetos ousados e nunca decepciona e em The Discovery, não é diferente. Mara constrói uma Isla melancólica, realista e consegue ser estranhamente apaixonante. Robert Redford é um ator incrível, mas aqui ele foi completamente desperdiçado. Seu personagem não diz a que veio e Redford não tem espaço para crescer. Jesse Plemons se sai bem, mesmo com seu espaço limitado em cena, ele consegue atingir bem os extremos de seu personagem, além de ter um talento nato para a comédia.


The Discovery tenta ser profundo, mas não molha nem o tornozelo, abre uma discussão interessante, mas que se perde com seu roteiro confuso e seu péssimo ritmo.

3.5/5

44% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
55/100 no Mettacritic


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