terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Lady Bird e Me Chame Pelo Seu Nome: os melhores filmes da temporada


É engraçado como o termo "filme de Oscar" vem perdendo forças com o passar dos anos. Cada vez mais filmes independentes e performances contidas e menos exageradas estão caindo no gosto dos críticos e dos votantes das premiações. Ano passado tivemos um fenômeno chamado Corra, filme que custou U$4.500.000,00 e arrecadou incríveis U$255.000.000,00, além de ter se mantido na boca dos votantes de fevereiro do ano passado até agora, uma raridade. Além de Corra, temos dois filmes independentes indicados que surpreendem pela qualidade narrativa, pelas performances e por conseguir fazer o que poucos filmes conseguem: tocar a gente de uma maneira única.

Lady Bird



Lady Bird é um filme sobre amadurecimento feminino feito com muito carinho. O roteiro do filme acerta em mesclar muito bem o drama e a comédia, além de construir personagens complexos e cheios de camadas, sem deixar nenhum esteriótipo adolescente amostra. A relação contraditória com a mãe, as primeiras paixões, a amizade, as dúvidas na adolescência, a inserção no mercado de trabalho e as crises existenciais, tudo é vivido intensamente por Lady Bird. A edição exata permite extrair o melhor de cada cena sem perder tempo com momentos desnecessário e o elenco dá um show a parte.



segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Review: Pantera Negra


Pantera Negra (Black Panther - 2018)

Pantera Negra veio para trazer personalidade e qualidade ao Universo Cinematográfico da Marvel, que andava tendo filmes clichês e com qualidade narrativa duvidosa, mas além disso, veio para falar de temas mais importantes, com a seriedade necessária, sem deixar de ser um filme feito para todos os públicos.

Após a morte de seu pai nos eventos de Capitão América: Guerra Civil, T'Challa (Chadwick Boseman) retorna para Wakanda, para que seja oficialmente coroado como o Rei, mas sua coroação não será tão fácil assim, haverá disputas para assumir o reinado e um vilão muito forte surgirá, ameaçando e confrontando as ideologias de T'Challa.


Ryan Coogler conseguiu imprimir personalidade e deixar sua marca na direção, muito mais que outros diretores que foram celebrados no Universo Cinematográfico da Marvel. Coogler enche a tela com cores e sequências de ação grandiosas, mas nos entrega também um roteiro com conteúdo, que consegue deixar várias reflexões assim que o filme termina, ao contrário de grande maioria dos filmes de heróis, Pantera Negra deixa um legado que já entrou para a história do cinema.


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Review: Lady Bird: A Hora de Voar


Filmes sobre amadurecimento são recorrentes em Hollywood, os chamados "coming-of-age", mas a maioria deles tem algo em comum, o protagonista ser um homem. Lady Bird: A Hora de Voar veio para mudar um pouco isso e mostrar o amadurecimento feminino de uma maneira sincera e honesta.

Lady Bird (Saoirse Ronan) é uma adolescente comum da pacata cidade de Sacramento, na Califórnia. Cansada da vida na sua cidade natal, Lady Bird sonha em fazer uma faculdade bem longe dali, já que ela não se enquadra em nenhum dos padrões que aquela sociedade impõe para ela. Contrariando sua mãe (Laurie Metcalf) o tempo todo, Lady Bird vive todas as incertezas da adolescência e todos os anseios que uma garota no final do Ensino Médio vive, primeiro amor, brigas familiares, introdução no mercado de trabalho e conflitos consigo mesma.


Existem filmes que sentimos que foram feitos com amor sabe? Que existe alma e capricho em cada detalhe? Lady Bird: A Hora de Voar é um desses filmes.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Review: Me Chame Pelo Seu Nome


Me Chame Pelo Seu Nome (Call Me By Your Name - 2018)

Indicado em quatro categorias no Oscar 2018, Me Chame Pelo Seu Nome é um filme sensível, que conta com uma trilha sonora linda, um roteiro excelente e uma performance incrível de Timothée Chalamet.

O sensível e único filho da família americana com ascendência italiana e francesa Perlman, Elio (Timothée Chalamet), está enfrentando outro verão preguiçoso na casa de seus pais na bela paisagem italiana, mas tudo muda quando Oliver (Armie Hammer), um acadêmico que veio ajudar a pesquisa de seu pai, chega. Uma paixão avassaladora domina Elio e ele tem que lidar com todas as incertezas do primeiro amor na adolescência.


A direção de Luca Guadagnino não poderia ser melhor! As lentes precisas do diretor captam cada momento precioso que o filme tem, seja no começo, na primeira cena em que Guadagnino desliza a câmera na primeira vez que Elio olha Oliver, seja no final, de frente para a lareira, em uma das cenas mais tocantes dos últimos anos.