sábado, 27 de fevereiro de 2016

Review: O Quarto de Jack

O Quarto de Jack (Room - 2015)

Existem filmes que mudam a gente de alguma forma, não por cinco minutos, não por 5 dias, mas mudam a maneira como vemos a vida.

Jack têm cinco anos, cinco anos, criado em cativeiro, sem saber que o mundo existe, sua mãe foi sequestrada com 17 anos e dois anos depois teve Jack nesse pequeno quarto, ela optou por não contar para ele que o mundo existia e que as coisas que eles viam na televisão era um mundo paralelo. Cansada de viver em cativeiro, Joy bola um plano para tentar sair do quarto, pois não aguenta mais essa vida horrível.



Lenny Abrahamson é o diretor e realiza um trabalho magnifico, afinal, filmar em um único cômodo e manter um ritmo bom não é algo muito fácil (Enterrado Vivo também consegue um bom resultado), mas ele filma de maneira única, coloca todos os espectadores totalmente dentro do quarto, ele filme na cara de Jack e de Joy, literalmente, ele coloca a câmera bem perto dos rostos dos protagonistas, já que as emoções deles são fundamentais nos dois primeiros atos, para que haja um vínculo entre quem assiste e os personagens. Aliás a fotografia é muito linda, muito linda mesmo. toda a paleta de cores do quarto é bem escolhida, os closes no Jack e na Joy, todas as escolhas foram bem feitas.

O Quarto de Jack é baseado em um livro homônimo que foi adaptado pela própria autora (nos recentes Garota Exemplar e Eu, Você e a Garota que vai Morrer também são os autores que escrevem o roteiro) e é muito bem escrito. Emma adaptou de maneira muito bonita, tudo passado pelos olhos de Jack, os dois primeiros atos são incríveis, como que a relação de Jack e Joy é construída e o quanto o roteiro ajudou nisso, Emma acerta em cheio e faz valer sua indicação ao Oscar. Eu li em algum lugar que O Quarto de Jack é um filme de atuação, embora as performances sejam fundamentais, o roteiro exerce um papel ainda maior aqui, Emma encerra o filme com chave de ouro, é natural o modo que Jack gosta de algo que é o pior pesadelo de Joy.



Emma acerta em cheio em vários aspectos, seu roteiro tem um tema muito pesado, mas ela leva isso com sutileza, como tudo é passado através dos olhos de Jack, não é um roteiro denso, mesmo que seja forte, principalmente quando eles começam a colocar o plano em ação, que tem o suspense, são uns minutos que se tornam horas e nos prende muito bem. Não vou falar muito sobre as reviravoltas que o roteiro tem, não quero dar spoilers, mas ele é realmente muito bem adaptado.

Jacob Tremblay (que tinha entre sete e oito anos quando o filme foi lançado) é uma força da natureza, é incrível como ele consegue atuar bem, ele é o protagonista absoluto, o filme todo é passado através do que ele sabe sobre o mundo e não erra. É a melhor performance masculina do ano, sim, ele supera todos os atores da temporada, eu sou contra crianças vencerem o Oscar, mas nesse caso, me inclinaria para indicar ele. Ele tem carga dramática, ele tem uma relação muito forte com a Brie Larson e que funciona muito em cena, quando o filme dá a guinada, lá na metade, a performance é fundamental para que o filme funcione e ele consegue acertar em cheio. Brie Larson, que vai ganhar o Oscar, constrói uma personagem sólida, que além de ter uma carga dramática muito forte, lida muito bem com todas as nuances da sua personagem, desde a primeira cena até a última, Brie mantém um nível de atuação excelente e se junta a Natalie Portman (Cisne Negro) e a Cate Blanchett (Blue Jasmine) com as melhores performances femininas da década. O elenco de apoio todo está bem também e vale destacar Joan Allen, a veterana dá um show interpretando a mãe de Joy.



O Quanto de Jack tem um dos menores orçamentos entre os oito indicados, mas seus  U$ 13.000.000,00 valem ouro, com um roteiro excelente, performances ótimas e uma direção bem aplicada, se firma como o segundo melhor filme da temporada.



5/5

94% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
85/100 no MettaCritic




quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Oscar 2016: Melhor filme

Chegamos ao fim da temporada de premiações, o Oscar acontece dia 28/02 e como todos sabem, esse ano foram escolhidos 8 filmes para representar a principal categoria da noite.. Os indicados são:


A Grande Aposta
O Regresso
Spotlight: Segredos Revelados
Mad Max: Estrada da Fúria
O Quarto de Jack
Perdido em Marte
Ponte dos Espiões
Brooklyn


Como pode ser até 10 indicados nessa categoria (os votantes só escolhem cinco, mas se um filme está presente em mais de 5% das listas, ele entra), eu mudaria algumas coisas. A minha lista de 10 seria:

1. Mad Max: Estrada da Fúria



2. O Quarto de Jack


3. Brooklyn



4. A Grande Aposta



5. Corrente do Mal

Impossível não indicar esse filme de suspense/terror que ganhou fama em alguns festivais e depois foi aclamado pela crítica, fazendo 10 vezes mais dinheiro que seu pequeno orçamento de U$ 2.000.000,00. Além de indicar em melhor filme, indicaria em melhor trilha sonora, melhor design de produção e melhor fotografia.



6. Eu, Você e a Garota que Vai Morrer

Um drama adolescente muito, mas muito bem feito mesmo, com um roteiro incrível e performances sólidas, eu indicaria também em roteiro adaptado.



7. Perdido em Marte



8. Spotlight: Segredos Revelados



9. Creed: Nascido Para Lutar

Creed é um filme ótimo, nunca vi cenas de boxe serem filmadas com tanta perfeição, inclusive em um ótimo plano sequência, Sylvester Stallone provavelmente vai vencer o Oscar e vai ser merecido, alem de indicar em filme e em ator coadjuvante, indicaria também em fotografia



10. A Espiã que Sabia de Menos

Uma comédia excelente, tão quanto Missão Madrinha de Casamento, mostrando a melhore fase de Melissa McCarthy e uma ótima performance do (até antes daqui) sonolento Jason Statham, fez bastante dinheiro e tem tiradas ótimas. Além de indicar em melhor filme, também indicaria em melhor roteiro original.



Só fiz breves comentários sobre os que entraram na minha lista, mas não no Oscar, já que os que entraram no Oscar eu vou comentar agora. Se fosse para eu colocar uma ordem, do melhor para o pior, seria assim:

1, Mad Max: estrada da Fúria

O melhor filme do ano? O melhor filme da década. Mad Max é excelente em tudo que se propõe, é tecnicamente impecável, desde seu design de produção, passando pela sua fotografia, pelas performances incríveis, principalmente de Charlize Theron, pelos efeitos visuais práticos e fodas e pela direção marcante de um gênio chamado George Miller, que conseguiu aqui, elevar o nível dos filmes de ação, talvez como a guinada do século 21. É óbvio que o Oscar tinha que ser de Mad Max, infelizmente não vai, mas deveria.



2.O Quarto de Jack

Têm filmes que são acontecimentos únicos, ou quase isso, poucas vezes vamos ver um filme tão sensível e bonito como esse, tudo visto pelos olhos do Jack, interpretado belissimamente pelo Jacob Tremblay, que é o melhor protagonista do ano, sem dúvidas nenhuma, por mais que eu seja contra o Oscar para crianças, sua indicação tinha que ter acontecido. Brie Larson também brilha, com uma das melhores performances femininas da década e sim, o Oscar já é dela. O roteiro é um primor à parte, o diretor deixa sua marca, a trilha é linda, enfim, O Quarto de Jack é um filme único, que assim como Mad Max, merecia sim a estatueta principal.



3.Brooklyn

Brooklyn não tem o tema mais importante do mundo, mas é um filme excelente, um drama, com toques de romance e um tiquinho de comédia que mereceu suas indicações, o roteiro é muito bem feito, sua protagonista é incrivelmente cativante e interpretada muito bem pela Saoirse Ronan, que se tornou a atriz mais jovem a ter duas indicações ao Oscar (21 anos). A química entre o casal principal é ótima, é o melhor casal de 2015, sem dúvidas. Além das indicações que o filme recebeu (filme, atriz e roteiro adaptado), eu indicaria o filme na categoria de figurino também..



4. A Grande Aposta

Um dos trabalhos mais assertivos em 2015 foi o de Adam Mckay, sem dúvidas nenhuma. Ele é o diretor e o roteirista de A Grande Aposta, que conta com um elenco afiado, com ótimas performances, mas o ponto forte do filme é sem dúvida nenhuma o roteiro. o tema poderia ser super complexo, mas de repente entra a Selena Gomez explicando determinada cena, é genial, a quebra da quarta parede é feita de maneira super inteligente, enfim, é um dos favoritos, ganhou o sindicato dos produtores e provavelmente vai ganhar na categoria de edição e de roteiro adaptado.



5. Perdido em Marte

Ridley Scott fez seu melhor trabalho em anos, Perdido em Marte já é sua maior bilheteria, inclusive a maior bilheteria de todos os indicados, com uma larga distância e não é a toa. É um filme muito bem feito, com efeitos ótimos, um roteiro bem adaptado, um personagem que cria um vínculo forte com o público e mesmo que seja um pouco previsível, o filme cumpre bem seu papel, é um entretenimento com qualidade e mereceu sua vaguinha entre os os indicados.



6. Spotlight: Segredos Revelados

Spotlight é um filme ótimo, ele é diálogo em cima de diálogo e mesmo assim mantém um ritmo muito, mas muito bom mesmo, graças ao roteiro bem escrito e as boas performances, o filme te prende do inicio ao fim, também é um dos favoritos e venceu o sindicato dos atores, na categoria de melhor elenco.



7. O Regresso

O Regresso é um filme com elementos técnicos muito bons, a maioria das escolhas feitas por Iñàrrito são assertivas e o filme conta com vários pontos positivos, mas vence pelo cansaço, na metade do segundo ato você realmente já não aguenta mais, o ritmo é lento e o final é bem previsível. É o típico filme feito para o Oscar, o filme que tenta ser uma obra-prima, mas só tenta mesmo. Venceu o sindicato dos diretores e também é um dos favoritos, está ganhando força a cada premiação e é provável que ganhe pelo menos 3 categorias técnicas.



8. Ponte dos Espiões

Alguns elementos de Ponte dos Espiões são indiscutivelmente bons, a fotografia, todo o design de produção e claro, a mão do Steven Spielberg na direção. Spielberg é um dos maiores diretores de todos os tempos, um dos melhores diretores que ainda estão em atividade, isso é inegável, mas Ponte dos Espiões é um filme burocrático, com ritmo lento e com performances discutíveis (exceção do Mark Rylance), por mais que sua história seja interessante, o filme ficou na sombra do que realmente poderia ter sido. Ainda na vibe de Lincoln e Cavalo de Guerra, Spielberg continua fazendo filmes tediosos, que mesmo com elementos técnicos bons, não prendem em nada o público (Saudade Prenda-me Se For Capaz)



Infelizmente Mad Max: Estrada da Fúria não vai vencer, mas merecia, em todos os sentidos, pela direção, pelos efeitos visuais, pela direção de arte, pela fotografia, pelo roteiro enxuto, pelas performance e por ter levado o gênero de ação à outro patamar.





quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Review: O Regresso

O Regresso (The Revenant - 2015)

Alejandro G. Iñàrrito é um diretor bem polemico, ele é 8 ou 80, ou você gosta de seus filmes ou você odeia, se em 21 Gramas e em Babel ele acerta em cheio, em Birdman e em Biutiful ele erra em cheio também. Engraçado, eu sempre acho que ou ele faz um trabalho 10, ou faz um trabalho 0, mas em O Regresso,ele consegue ficar no 5.

O filme é baseado na história verídica de Hugh Glass, um comerciante de peles que é atacado por um urso, quase morto e logo depois é abandonado por seus companheiros, o que ninguém esperava, era que Glass conseguisse se recuperar, mas ele se recupera com sede de vingança. O filme é basicamente isso, uma mistura de jornada de sobrevivência e de vingança, que mescla suspense, ação e aventura.



O Iñàrrito acertou em cheio em várias coisas no filme, os planos sequências nas cenas de ação são ótimos, se em Birdman eles eram mais simples, aqui eles são bem mais complexos, a primeira sequência de ação é excelente, toda filmada em plano sequência, com muita coisa acontecendo, vários atores envolvidos, com uma bela coreografia, acompanhada de uma trilha sonora muito boa, que dá uma sensação claustrofóbica, o modo que Inárrito filma também ajuda muito para que as cenas de ação sejam tão boas (exceção para o último ato).

As primeiras cenas são certamente o ponto alto do filme, o grande problema aqui é que Iñàrrito se apoia demais na fotografia do Emmanuel Lubezki, que se encaminha para ganhar seu terceiro Oscar (venceu por Birdman e por Gravidade).



Quando eu digo que o filme se apoia na fotografia, é porque falta um roteiro melhor para O Regresso (nem indicado para o Oscar foi e olha que Iñàrrito já venceu essa categoria ano passado), por mais que a história seja forte e o Iñàrrito filme bem as cenas de ação, falta contar melhor a história, falta ritmo, falta uma preocupação para encerrar o filme de uma maneira melhor, enfim, faltou.

A fotografia é extremamente linda, Iñàrrito fez escolhas assertivas, não usar luz artificial foi uma ótima ideia, todo o filme foi filmado apenas com luz natural, o que torna tudo de se encher os olhos, mas em um certo ponto, fica cansativo, ele flerta demais o tempo todo com isso, os tapes de 5/10/15 segundos mostrando uma árvore, ou uma montanha cansam, na primeira hora de filme vem o deslumbre, mas infelizmente Iñàrrito nos faz cansar depois disso.

Mais um problema do filme é o terceiro ato, o primeiro ato é excelente, o segundo ainda é bom, mas quando chega no terceiro ato, que já foi prejudicado pelo ritmo lento do filme e tudo piora. A última cena de briga é patética, prejudicando muito o resultado final do filme, poderia ter tido um desfecho muito melhor.



Como eu já disse, a trilha sonora e a fotografia são os pontos altos do filme, junto com a maioria das cenas de ação, Iñàrrito consegue nos transportar com facilidade para dentro das montanhas frias, o modo agressivo como ele filme as batalhas, em 360 graus, é de tirar o fôlego.

As performance também são ótimas. Iñàrrito gosta de filmar seus filmes em ordem real, poucos diretores fazem isso, mas é uma técnica que ele usa para os atores terem as verdadeiras emoções de seus personagens, o que sempre dá certo, ele costuma dirigir os atores muito, mas muito bem.

Leonardo DiCaprio está ótimo no papel do protagonista Glass, vai ganhar seu primeiro Oscar. Sua performance é bem física,sem personagem têm poucas falar, então DiCaprio trabalha à todo momento com seus olhares que expressam mais do que uma enciclopédia poderia dizer. Em uma das cenas mais bonitas do ator, onde ele diz "Eu não tenho mais medo de morrer" (não são exatamente essas as palavras),ali, naquele momento, dá pra ver o quão grandioso DiCaprio está (ainda que não seja a melhor performance masculina do ano e nem da carreira dele). Tom Hardy faz o antagonista do filme e está muito bem, o personagem dele tudo para ser caricato e ele poderia ter sido até canastrão, mas Hardy nos entrega uma ótima performance, ficando pau a pau com o DiCaprio. Destaque também para o Forrest Goodluck, que interpreta o filho do Glass, é seu primeiro papel e o garoto já mostra indícios de que vai ser um ótimo ator. O restante do elenco está muito bem também.



Engraçado né? Eu amei tantas coisas em O Regresso e odiei tantas coisas também, essa vontade de querer ser uma obra-prima sem que isso aconteça naturalmente, de ser feito só para as premiações, mesmo o diretor negando que faça filmes para premiações (me engana que eu gosto) incomoda demais, mesmo que tenha vários pontos à seu favor o filme se perde em sua falta de ritmo.


                                  DiCaprio é grandioso demais para aquele terceiro ato pífio.


2.5/5

82% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
76/100 no Mettacritic







terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Review: Brooklin


Brooklin (Brooklyn - 2015)

Os burburinhos sobre Brooklyn começaram há mais de um ano no festival de Sundance de 2015, o filme já era apontado como aposta certa para o Oscar e Saoirse Ronan como uma possível vencedora, pois é, o filme se manteve forte ao longo do ano e recebeu 3 indicações ao Oscar, inclusive na categoria de melhor filme.

Uma irlandesa jovem e tímida se muda para Nova York, com o objetivo de arrumar um bom emprego e melhorar de vida, a típica história de imigração, embora ela tenha um começo árduo, logo ela se apaixona por um italiano encantador e começa finalmente a se adaptar ao novo país, mas quando tudo parece estar perfeitamente bem, uma tragédia à faz voltar para Irlanda, tendo que enfrentar alguns contrapontos e tomar decisões importantes.



A sinopse parece fraca né? Parece aquela típica história água com açúcar que estamos cansados de ver, mas Brooklyn passa longe de ser um romance/drama qualquer.



quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Review: Carol

Carol ( Carol - 2015)

Quando Carol saiu, há quase um ano atrás no Festival de Cannes, muito se falava sobre as protagonistas, Rooney Mara e Cate Blanchett, Mara venceu o prêmio de melhor atriz e mesmo assim eu duvidei que ela estaria melhor que Blanchett, e não é que eu me enganei?

Carol é um romance ambientado nos anos 50. Therese trabalha em uma loja de brinquedos, tem um emprego bem monótomo, até a confiante e glamourosa Carol aparecer por lá, despertar interesse em Therese e chamá-la para sair, as duas começam a se apaixonar lentamente e aí que os problemas de ser um casal lésbico na época começam a aparecer.



Todd Haynes é um excelente diretor, ele é bem caprichoso, que preza pelos detalhes, Carol é cheio deles, todos os elementos técnicos estão ótimos, os figurinos, a maquiagem, os penteados, a direção de arte é incrível, a fotografia é muito bonita, a trilha sonora é assertiva, tudo aqui orna para que o filme funcione perfeitamente bem. Embora não seja o melhor filme do Haynes (Longe do Paraíso é excelente), Carol é o tipo de filme que consegue agradar público e crítica sem muita dificuldade.

Haynes também assina como roteirista e mais uma vez acerta em cheio, o roteiro é ótimo.

Sabendo da beleza única de Blanchett, Haynes flerta com isso o tempo todo, foco nas suas unhas, foco nos seus penteados, foco no seu carão, foco na atriz com uma das presenças mais fortes das últimas décadas.



O elenco está muito bem, Haynes dirige suas atrizes como ninguém. Cate Blanchett é uma atriz de presença, nos dois primeiros atos, ela não têm cenas que precisem de um nível alto de atuação, até chegar o terceiro ato. No terceiro ato, Blanchett tem uma das cenas finais mais incríveis da temporada e firma sua performance como uma das melhores do ano, embora esse hype todo que criaram em cima de sua performance seja exagerado. Rooney Mara não é a atriz mais carismática do mundo, mas é incrível como ela amadureceu, aqui ela faz a melhor performance do filme, ela acerta em toda a linguagem corporal, tem carga dramática bem explorada e acerta em cheio quando sua personagem amadurece e deixa de ser a garota com olhos inocentes para ser uma mulher bem mais confiante e madura. Sarah Paulson e Kyle Chandler são ótimos coadjuvantes e não deixam nada à desejar em relação as protagonistas.

Carol é um filme quase perfeito, se não fosse pelo ritmo um pouco arrastado seria o melhor filme da temporada de premiações. A direção é um primor e as performances são ótimas. Com Ponte dos Espiões, Spotlight e O Regresso figurando entre os indicados e dois deles como favoritos, Carol cabia muito bem entre os indicados á melhor filme e Haynes merecia sua indicação como diretor.



4.5/5

93% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
95/100 no Mettacritic