quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Os 10 Melhores Filmes lançados comercialmente no Brasil em 2016



O ano terminou e o Cinéfilo Assombroso fez uma listinha com um top 10 dos melhores filmes lançados comercialmente no Brasil em 2016. Lembrando que eu ainda não consegui ver tudo o que eu queria, tô para ver Capitão Fantástico e A Criada e ainda falta muita coisa do Oscar que só vai chegar em janeiro/fevereiro.

1. A Chegada.

Ficção científica bem feita, com um roteiro muito bem adaptado, uma trilha sonora linda, uma fotografia incrível, com soluções visuais que apenas o Denis Villeneuve pensaria e com uma performance grandiosa de Amy Adams. Vale a pena assistir, assistir de novo, assistir novamente e se deliciar com essa história, com os pontos que se unem no terceiro ato e com as camadas dessa personagem incrível.


2. O Quarto de Jack.

Brie Larson e Jacob Tremblay nos mostram duas das melhores performances da década em um drama cheio de emoções, com um roteiro impecável e um arco dramático bem construído, O Quarto de Jack se torna um filme que emociona sem sentimentalismo barato.




terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Review: Como Eu Era Antes de Você

Como Eu Era Antes de Você (Me Before You - 2016)


Um romance que tenta a todo momento desviar dos clichês do gênero e esquece completamente de fazer o básico que um filme deve se propor a fazer: contar uma boa história. Essa é a definição perfeita do filme, que realmente se preocupa tanto em não cair na mesmice e esquece de fazer o básico, nem que fosse de uma maneira superficial.

Thea Sharrock é estreante na direção e consegue fazer um trabalho super legal com o jogo de câmeras, apoiada em uma fotografia ótima de Remi Adefarasin, que transpassa todos os cenários em cores quentes e harmoniosas. Thea filma muito bem, a cena da dança em cima da cadeira de rodas é cativante, mas o que lhe sobra em sensibilidade visual, lhe falta em direção de atores. Com um elenco pessimamente escalado, sem química alguma e com carisma zero, Thea não extrai nada de satisfatório dos seus atores e isso é péssimo.




quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

22 ótimas performances femininas que chegaram ao Oscar nessa década.



O Oscar sempre comete uma injustiça ou outra em suas premiações, sempre alguns filmes são superestimados e há muito lobby envolvido, mas de uma coisa não podemos reclamar, as performances femininas sempre estão soberbas. Como o próximo Oscar está pertinho de acontecer, selecionei 22 grandes performances que o Oscar acertou de indicar durante as temporadas de 2010 até 2015.

No começo eu até pensei em enumerar, igual já fiz aqui anteriormente, mas apenas vou citar mesmo, são 11 ótimas performances e 11 performances excelentes que chegaram ao Oscar e fizeram por merecer a indicação e se for o caso, a vitória.

Ótimas atuações:

Saoirse Ronan - Brooklin



quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Carta aberta para os votantes do Oscar: Parem de esnobar o Jake Gyllenhaal



Queridos votantes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, aqui quem vos fala é um simples amante do cinema contemporâneo, um simples blogueiro que não é famoso e não pretende ser bem sucedido com o blog, que não tem conhecimento técnico sobre o assunto e que não tem tanto tempo assim para ver tudo o que gostaria, aqui quem vos fala é um simples cinéfilo, um simples garoto que tem um desejo e um apelo para fazer: Parem de esnobar as excelentes performances do Jake Gyllenhaal.

No ano de 2013 ele estava incrivelmente bem em Os Suspeitos, seu personagem era complexo e em um elenco estrelado, Jake conseguiu se sobressair, iria como ator coadjuvante e até foi citado em alguns prêmios da crítica, mas ficou de fora dos prêmios maiores e não recebeu indicação ao Oscar e pior que isso, em uma categoria que teve uma indicação completamente equivocada de Jonah Hill e uma indicação duvidosa de Bradley Cooper. Triste.

No ano de 2015 ele era um dos favoritos para ter uma indicação por sua excelente performance em O Abutre, venceu alguns prêmios da crítica, entrou no Globo de Ouro, no BAFTA e no SAG, mas mais uma vez vocês conseguiram a proeza de deixar ele de fora dos indicados, em um ano que tinha Steve Carrel com uma performance boa, mas inferior a de Jake e com Benedict Cumberbatch em uma performance totalmente esquecível.

Pois é caros votantes, vocês conseguiram esnobar o Jake dois anos que ele merecia estar entre os cinco indicados e esse ano tudo está caminhando para o mesmo caminho.

Jake está muito acima da média em Animais Noturnos, em uma sequência em especial com o Aaron Taylor-Johnson (que também merece uma indicação) ele destrói, ele mostra que é sim um dos melhores atores de sua geração, ele mostra sua força, sua carga dramática, ele é incrível. Então, por favor, indiquem ele por Animais Noturnos, ele merece, ele é bom, ele é foda, ele atua como poucos em Hollywood e merece mais reconhecimento da premiação cinematográfica mais importante do mundo.

Grato.


quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Review: A Chegada



A Chegada (Arrival - 2016)

A Chegada é um filme que transborda perfeição, ele não tenta reinventar o gênero e nem transgredir o cinema como um todo, mas cumpre seu papel de maneira excelente em todos os aspectos.

Após a chegada de naves alienígenas ao redor de todo o mundo, a doutora Louise Banksuma (Amy Adams), uma lingüista especialista, é recrutada pelos militares, que são comandados pelo Coronel Weber (Forest Whitaker),  para determinar se os extraterrestres vêm em paz ou são uma ameaça. Todavia, a conversa pode não ser muito pacífica, quando todas as nações resolverem participar desse diálogo.



Existe uma característica muito forte em Denis Villeneuve (Sicario, Os Suspeitos), característica essa que tornou Denis um dos cineastas mais badalados dos últimos anos, essa característica é a sensibilidade visual. As narrativas dos seus filmes são boas, mas a sensibilidade visual é que torna esse clímax que ele consegue estabelecer em todos os filmes tão impecável. Em A Chegada não foi diferente.




quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Review: A Garota no Trem



A Garota no Trem (The Girl on the Train - 2016)

Clímax, palavra chave para qualquer suspense. Se em Garota Exemplar sobrava clímax, aqui em "A Garota no Trem" ele falta e falta bastante.

Rachel (Emily Blunt) é uma mulher alcoólatra, que foi despedida do seu último emprego, foi abandonada pelo marido e está infeliz. Ela viaja todos os dias de trem e observa Megan (Haley Bennett), uma mulher linda, casada e que aparentemente leva uma vida perfeita, além de ser vizinha da casa que um dia foi de Rachel e do marido, que hoje vive casado com a ex-amante Anna (Recebba Ferguson). Megan é dada como desaparecida e Rachel aparentemente estava no local do crime, bêbada, sendo um enigma como testemunha ou suspeita. O filme começa a se desenrolar daí.



Tate Taylor é um diretor que consegue fazer um trabalho satisfatório com um roteiro bom em mãos. Em "Histórias Cruzadas" foi assim, ele tinha um roteiro bom em mãos, dirigiu muito bem os atores e o filme em si. Já em "Get On Up: A História de James Brown" ele realiza um trabalho bem mediano, com um clímax totalmente artificial. Em "A Garota no Trem", ele realiza um bom trabalho na direção dos atores, mas seus closes piegas, as câmeras lentas em excesso, a falta de clímax e os dois primeiros atos massantes, deixam muito a desejar.

O ritmo é um problema do filme, os dois primeiros atos são extremamente arrastados, por mais que as introdução as três mulheres tenha ficado boa, o filme demora a engrenar, falta criar vínculo com os personagens, falta profundidade na vida dos protagonistas e no suspense do desaparecimento, por mais que o elenco esteja ótimo, o roteiro não engrena, fica sempre no quase. Mesmo com tudo isso, o terceiro ato é muito bom, é onde o suspense começa a pegar o público e a história começa a ficar interessante, mas infelizmente não apaga mais da metade do filme que se arrasta em cena.




segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Review: Animais Noturnos



Animais Noturnos (Nocturnal Animals - 2016)

Um suspense dramático onde suas emoções e seus sentimentos são testados várias vezes, um thriller psicológico com atuações excelentes, um diretor que (desculpe o trocadilho) tem estilo para dar e vender e transpõe isso em tela. Qualquer uma dessas definições pode se encaixar em 'Animais Noturnos', que foge dos clichês e que mantém a tensão do início ao fim.

Susan é uma negociadora de arte de meia idade, que está bastante infeliz no seu casamento atual, mas a sua vida começa a mudar quando ela recebe um manuscrito do próximo livro do seu ex-marido intitulado 'Animais Noturnos', os sentimentos antigos começam vir a tona e o suspense do livro faz com que Susan repense nas decisões que tomou no passado.



Tom Ford é um nome muito aclamado no mundo da moda e começa a trilhar seu caminho no cinema com louvor. Seu primeiro filme foi 'Direto de Amar', foi muito bem recebido pela crítica e rendeu uma indicação ao Oscar para Colin Firth. Em 'Animais Noturnos', Ford deve conseguir indicações para o elenco e indicações técnicas, porque o filme é bem adaptado, é visualmente incrível, é bem atuado, bem dirigido e com certeza é um dos melhores filmes do ano.



O roteiro é muito bem escrito, a narrativa foi muito bem desenvolvida, principalmente no segundo e no terceiro ato. Passado, presente e a história de ficção do livro vão se cruzando ao longo do filme e Ford consegue deixar tudo isso em um ritmo excelente, além de deixar brecha para várias interpretações diferentes. Confesso que após ver um suspense meia boca como 'A Garota no Trem', ver um thriller psicológico que realmente tem algo a dizer, que incomoda, que intriga, que faz pensar, é algo muito gratificante.

O visual do filme é extremamente impecável, mesmo que isso seja algo que a gente espera de um estilista, Ford capricha em cada detalhe, desde os ambientes modernos da vida de Susan, até o ambiente da natureza, seco, rústico que a história de ficção narra, tudo é impecável.




quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Primeira Previsão para o Oscar 2016/2017

Chegamos ao final de Toronto, que é um dos festivais termômetros para o Oscar, com o fim do festival e o fim dos outros festivais importantes do ano, as previsões para os indicados ao Oscar começam e eu não podia ficar de fora né?



Melhor filme:

1. A Chegada (Arrival - Denis Villeneuve)
2. La La Land: Cantando Estações (La La Land - Damien Chazelle)
3. Loving (Loving - Jeff Nichols)
4. Silêncio (Silence - Martin Scorsese)
5. Manchester À Beira Mar (Manchester by the Sea - Kenneth Lonergan)
6. Moonlight (Moonlight - Barry Jenkins)
7. 20th Century Women (20th Century Women - Mike Mills)
8. Animais Noturnos (Nocturnal Animals - Tom Ford)
9. Lion (Lion - Garth Davis)
10. Fences (Fences - Denzel Washington)



Melhor diretor:



1. Denis Villaneuve - A Chegada
2. Damien Chazelle - La La La: Cantando Estações
3. Martin Scorsese - Silêncio
4. Jeff Nichols - Loving
5. Tom Ford - Animais Noturnos



Melhor atriz:



1. Amy Adams - A Chegada ou Animais Noturnos
2. Natalie Portman - Jackie
3. Ruth Negga - Loving
4. Emma Stone - La La Land: Cantando Estações
5. Anette Bening - 20th Century Women


sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Performances: Top 5 do Adam Sandler





Um dos atores que sempre rendem mais nas rodinhas de discussão sobre cinema é o Adam Sandler, embora sua rentabilidade para indústria seja boa, seus papéis repetidos em filmes de qualidade duvidosa, deixam os cinéfilos incomodados.

A verdade é que Sandler geralmente faz o mesmo papel de sempre, ele interpreta ele mesmo na maioria de suas comédias, mas existem bons filmes em sua carreira e boas performances no seu currículo e hoje vou listas as suas cinco melhores performances.

5. Homens, Mulheres e Filho (Men, Women & Children - 2014)

Nesse drama mediano do Jason Reitman (Juno, Amor Sem Escalas), Sandler interpreta um homem de meia idade, que trai a esposa e tem uma vida bem infeliz. Sem nenhuma cena de comédia e com um papel extremamente melancólico, Sandler mostra uma outra cara, ele retrata bem esse homem de meia idade, tendo ótimas cenas dramáticas, sem muitos maneirismos, com as expressões passadas apenas pelo olhar. Adam Sandler foi o ponto alto do filme.




4. O Paizão (Big Daddy - 1999)

Olha, provavelmente o filme mais polêmico da lista, Adam Sandler recebeu o Framboesa de Ouro na categoria de Pior Ator por essa atuação, mas ao contrário da maioria, eu acredito que Adam Sandler realizou um bom trabalho nessa comédia que é um clássico da Sessão da Tarde. O roteiro é clichê, mas a gente acaba se cativando com o carisma do Adam Sandler, que está afiado nas palhaçadas e consegue passar bem pelas cenas mais melancólicas.



3. Reine Sobre Mim (Reign Over Me - 2007)

Um dos melhores papéis do Adam Sandler, sem sombra de dúvidas. Ele interpreta um homem deprimido, que perdeu sua esposa e sua filha no atentado do 11 de Setembro e ele interpreta de uma maneira linda. Seu personagem têm várias camadas e o tom do filme no primeiro ato é super pesado e Sandler consegue ter uma carga dramática excelente, deixando para trás qualquer recordação ruim que alguém tenha de seus antigos papéis.



2. Como Se Fosse a Primeira Vez (50 First Dates - 2004)

Talvez aqui seja o exemplo mais claro do papel que o Adam Sandler costuma interpretar em suas comédias, mas em Como Se Fosse a Primeira Vez ele faz com muita competência e potencializa todo o seu carisma, unido ao carisma de Drew Berrymore, que juntos formam um casal com muita química em cena. Adam Sandler consegue os seus picos de comédia, passando pelos momentos de romance e passa muito bem, transbordando talento em um papel que poderia ter passado em branco. Como se Fosse a Primeira Vez é aquele filme que se disfarça de banal, mas tem muita qualidade, que consegue conquistar todo o tipo de público.



1. Embriagado de Amor (Punch-Drunk Love - 2002)

Paul Thomas Anderson é o responsável por arrancar de Adam Sandler a melhor performance de sua vida, que conseguiu a proeza de dar a única indicação que o ator recebeu no Globo de Ouro. Nesse "dramédia" artístico, que Paul fima de maneira única, onde cada cena se torna em um deleite de arte, principalmente na fotografia, Adam Sandler interpreta um homem diferente de todos os outros, com uma certa inocência, que se apaixona por uma mulher nada convencional. Adam Sandler lida muito bem com as nuances de seu personagem, aquela cena icônica do telefone já pode ser considerada um clássico, pois Sandler dá um show de atuação. Sonho com o dia que o diretor repita essa parceria para ver Adam Sandler vencer um Globo de Ouro e receber uma indicação ao Oscar.


Adam Sandler com um dos seus muitos prêmios que são votados pelas pessoas:



E vamos terminar com esse belo vídeo do filme Como Se Fosse a Primeira Vez:






quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Review: O Homem nas Trevas

O Homem nas Trevas (Don't Breathe - 2016)



Quando Fede Alvarez fez aquele reboot horrível de A Morte do Demônio, eu fiquei extremamente chateado, porque ali se via uma performance ótima da Jane Levy e um certo estilo estético da parte do diretor, que se perdeu nos seus exageros no começo do terceiro ato. Já aqui, em O Homem nas Trevas, Fede acerta até mesmo nos seus exageros, pois o filme é um dos melhores, (ou até mesmo o melhor) suspenses dos últimos anos.

Três jovens assaltantes invadem a casa de um senhor cego, ex-militar e que perdeu a filha em uma acidente de carro, os jovens suspeitam que o senhor guarda o dinheiro que recebeu da indenização da casa. As coisas começam a fugir do planejado e o filme começa a se desenvolver daí.



O diretor uruguaio Fede Alvarez fez um excelente trabalho em todos os aspectos do filme, ele também é um dos roteiristas e um dos produtores.

O clima do filme é extremamente convincente, a arquitetura da casa é ótima, cria um cenário de filme de terror mesmo, a fotografia ajuda muito também, o diretor opta por filmar bem próximo aos atores, dando closes claustrofóbicos neles e nos ambientes, que geralmente são escuros, aumentando mais ainda a tensão.





Pensem em um filme difícil de se fazer. Poucos atores, em um só lugar e com poucas possibilidades para um final imprevisível, mas Fede Alvarez dribla todos os empecilhos e consegue manter um ritmo excelente. O primeiro ato engrena, o segundo ato corre e o terceiro ato encerra com com muita dignidade o filme, ainda deixando gancho para uma possível continuação.

O roteiro do filme é bem escrito, infelizmente Fede tem uns certos exageros, como a história da joaninha, que é totalmente piegas, que quebra o clima tão bem construído e a história tão convincente, mas isso é um detalhe que não atrapalha o andamento do filme.



Uma pena é a trilha-sonora ser ruim, afetada e no terceiro ato do filme, atrapalhar um pouco o encerramento do filme, mas nada que tire os méritos conquistados anteriormente.


Aqui não tem herói ou vilão, todos tem seus defeitos expostos e as performances são excelentes. Jane Levy repete mais uma boa atuação dirigida por Fede, se em A Morte do Demônio ela era o ponto alto do filme, aqui ela complementa as inúmeras qualidades que O Homem das Trevas têm. Ela consegue exercer bem o papel de anti-herói, consegue ter carisma o suficiente para todos gostarem dela e entrega carga dramática nas cenas de apavoro. Stephen Lang faz bem o que costuma fazer sempre, o cara casca grossa de caráter duvidoso, ele está visceral no papel e extremamente assustador. Dylan Minnette também entrega um bom resultado, mesmo que seu personagem seja o típico bobinho apaixonado, ele tem carisma e consegue entregar bem as cenas mais dramáticas.

Fede Alvarez tem estilo e seus excessos não se sobrepõe os incontáveis acertos do filme. Eis que surge o melhor filme de terror/suspense do ano.





5/5

87% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
71/100 no Mettacritic








terça-feira, 30 de agosto de 2016

Review: Esquadrão Suicida

Esquadrão Suicida (Suicide Squad - 2016)

Provavelmente 2016 será conhecido como o ano dos heróis (nesse caso vilões), até agora já foram lançados 5 filmes nesse segmento e por apenas uma cabeça de distância, Esquadrão Suicida é o que melhor se sobressai e olha que X-Men Apocalipse vinha na liderança com folga. Eu já falei que a impressão que dá, é que os críticos estão querendo moldar um padrão para filmes desse gênero né? A DC vem fazendo filmes diferentes e estão sendo bem mal recebido, infelizmente.

Com a morte do Superman e a aparição de outros metahumanos, Amanda Waller se convence de que o Governo Americano precisa de um exército com metahumanos, para possíveis ameaças futuras. Reunindo vários vilões e oferecendo reduções na pena, caso eles se rebelem, explosivos introduzidos em suias nucas explodem e eles morrem.



Muito se falou na mídia sobre as mudanças no tom do filme e sobre os problemas que o filme teve na sua pós produção, isso soou negativo para o filme, alguns problemas de edição, ficaram nítidos em cena, cortes secos atrapalharam um pouco o filme, esse é o único defeito realmente relevante que o filme apresenta.

David Ayer é o diretor e o roteirista, ele é bem conhecido por unir ação e drama como ninguém, em Corações de Ferro, seu último trabalho, ele faz isso muito bem e aqui, na medida do possível, também. Lá pela metade do filme, quando já conhecemos bem os personagens, podemos ver que Ayer tem sensibilidade para tratar da personalidade dos vilões, por mais que os laços tenham sido criados muito rápido, dá para ver o lado humano da maioria deles

.

Por conta da edição mal feita, o roteiro acaba sendo defasado, várias cenas deletadas e cortadas, principalmente no segundo ato do filme, dá para sentir que ficou faltando algo, por mais que as introduções sejam ótimas, embaladas com um trilha-sonora maravilhosa, falta ali um pouco de coerência.



O visual do filme é um dos pontos altos, a fotografia é linda, a câmera lenta em algumas cenas de ação é super bem utilizada, é uma marca desses novos filmes da DC e aqui é usada muito bem. Em uma das batalhas finais, onde todo o Esquadrão está lutando no mano a mano com o vilão do filme, você para e pensa "caramba, que câmeras bem usadas, que fotografia linda, que cenário foda" e aí vem mais uma daquelas câmeras lentas bonitas de se ver, enfim, o filme é bem filmado.



O elenco é outro ponto alto do filme. Margot Robbie faz uma das protagonistas e ela é o nome do filme, ela intende perfeitamente a essência da personagem e faz tudo com maestria, mesmo que a edição tenha prejudicado a DR Harleen Quinzel, a Arlequina em si está excelente, mistura sua carga dramática com as tiradas cômicas, sensualidade, com boas cenas de ação, tudo no seu devido lugar, se alguém do filme merece atenção nas premiações que estão por vir, esse alguém é a Margot. Talvez o divisor maior de opiniões sobre o filme tenha sido o Coringa do Jared Leto. Muito prejudicado pela edição, Leto consegue entregar um bom papel também, arrisco dizer que até um pouco acima do esperado, se formos levar em conta que mais da metade do material que o Leto gravou foi para o lixo, ele consegue dar boas nuances para o personagem e tem um resultado positivo, não chega a ser assustador, mas é convincente. Will Smith, Viola Davis e Joel Kinnaman fazem papéis em suas zonas de conforto, nada que eles já não tenham feito com competência anteriormente. O restante do elenco é ótimo e ninguém destoa muito, até a Cara Delevingne que eu acho extremamente fraca, consegue desempenhar bem seu papel, dando luz a Magia, primeira grande vilã dessas novas eras da DC e da Marvel no cinema.



A trilha-sonora, a fotografia, as boas performances, as boas cenas de ação se sobrepõe a edição mal feita que Esquadrão Suicida carrega, ou seja, as inúmeras qualidades que o filme tem se sobressaem aos defeitos. Que a personalidade que os filmes da DC tem não se perca, eles arriscam, erram e acertam, mas não ficam na mesmice.



4.0/5

26% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
40/100 no Mettacritic















segunda-feira, 4 de julho de 2016

Review: Invocação do Mal 2

Invocação do Mal 2 (The Conjuring 2 - 2016)

James Wan está criando o "Universo Invocação do Mal", que provavelmente será o mais rentável do gênero de terror de todos os tempos. Já foram lançados três filmes, que até agora acumularam mais de U$ 800.000.000,00 mundialmente e mais dois filmes confirmados para os próximos anos (Invocação do Mal 3 e o Spin-off The Nun), e isso não para por aqui, se James Wan manter a qualidade que seus filmes vem tendo, a franquia vai longe, muito longe.

Invocação do Mal 2 traz mais um episódio baseado em fatos das investigações do famoso casal de "caça-fantasmas" Ed e Lorraine Warren, dessa vez, o casal viaja até Londres, para ajudar a família Hodgson, onde uma mãe solteira cria seus filhos com o mínimo de recursos possíveis. Uma das filhas começa a ter indícios de uma possessão e a mídia fica dividida, alguns acham que é uma farsa, outros acreditam na história da família. Todo esse circo midiático leva o famoso casal até Londres para que eles comecem as investigações e o filme se desenrola à partir daí.



James Wan é um dos diretores com mais competência dessa nova geração, ele dirigiu o primeiro Jogos Mortais e produziu os outros filmes da franquia, dirigiu o excelente Gritos Mortais, também dirigiu Sobrenatural e Sobrenatural Capítulo 2, que são ótimos filmes de terror, além de ter dado outra cara para a franquia Velosos e Furiosos, ao dirigir o sétimo filme e o que mais arrecadou dinheiro, além disso, Wan deu uma guinada no Terror, depois que Invocação do Mal estourou na bilheteria, os filmes do gênero voltaram à trazer bons resultados nas bilheterias, mas além de ter filmes bem sucedidos no currículo, Wan tem visão, estilo e consegue dirigir muito bem seus atores.

Invocação do Mal 2 é quase perfeito, se não fosse pelos minutos a mais que o filme tem (mesmo que seja para que o envolvimento do público com os personagens seja mais forte), o filme seria excelente, mas a demora que leva para as duas histórias se cruzar não tira o mérito do resto do filme, que é muito bom.



James Wan passeia com a câmera de uma forma que faz com que o público entre dentro do filme, ele caminha atrás dos personagens, as vezes revelando metade do cenário e deixando a outra metade para sua imaginação te assombrar, ao mesmo tempo, em algumas cenas, ele mostra "os monstros" na sua cara, sem nenhum pudor, dá para perceber uma evolução clara do diretor, que no primeiro filme tinha metade do orçamento e que Wan tinha arriscado um pouco menos. Além de filmar muito bem, Wan é super detalhista, a paleta de cores dos cenários, os objetos antigos, o porão da casa, está tudo muito perfeito.



O primeiro ato é feito de maneira bem cautelosa, logo a primeira cena é excelente, os Warrens estão em Amityville, e logo na primeira sequência de terror você já fica sem fôlego, ali, onde Vera Farmiga mostra que é uma das melhores atrizes em atividade, eu já sabia que o filme ia render. Ainda no primeiro ato, as duas histórias estão acontecendo de forma separada, os Warrens estão no EUA e a família Hodgson começa a apresentar os primeiros sinais de possessão. O grande problema do segundo ato é que as histórias demoram um pouco para se cruzar e isso incomoda bastante, uns 20 minutos a menos faria toda diferença. Já no terceiro ato o filme chega no seu ponto alto, por mais previsível que seja, o final do filme é bem resolvido, com cenas dramáticas e assustadoras.

O elenco é primoroso. As pessoas costumam não valorizar performances nesse gênero, mas o que Vera Farmiga faz é incrível, como essa mulher ainda não tem um Oscar? Dá para creditar boa parte do filme em seu nome, ela passa uma confiança incrível em seu papel, desde as cenas dramáticas, passando pela incrível química com o Patrick Wilson (que está "just ok" aqui) e fechando com chave de ouro nas últimas cenas. Madison Wolfe já é o destaque infantil do ano, se ano passado Jacob Tremblay roubou a cena em O Quarto de Jack, Madison rouba a cena em Invocação do Mal 2, nas cenas de possessão, Wolfe dá um show de atuação. O resto do elenco é bem escalado e não tem ninguém que comprometa o resultado final do filme.



Invocação do Mal 2 espanta a maldição das continuações sem qualidade e firma de vez James Wan como um dos diretores mais estilosos de sua geração.



4.5/5

79% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
65/100 no Mettacritic










terça-feira, 21 de junho de 2016

O Preço de Ser Uma Estrela: Julia Roberts



É muito comum entre os cinéfilos uma indisposição com atrizes populares, sim, atrizes, pois essa mesma indisposição não acontece quando são atores populares. Fato é, que para Julia Roberts, as comédias românticas também atrapalharam para que sua aceitação no mundo "cult" acontecesse, mesmo que Uma Linda Mulher, O Casamento do Meu Melhor Amigo e Um Lugar Chamado Notting Hill sejam melhores que muitos filmes considerados "cults" por aí.



                                                     Um Lugar Chamado Notting Hill 1999


Julia Roberts foi o "boom" dos anos 90, em 1989 ela foi indicada ao Independent Spirit Awards pelo seu trabalho em Mystic Pizza, em 1990 foi indicada ao Oscar e venceu o Globo de Ouro pelo seu trabalho em Steel Magnolias, nesse mesmo ano participou no longa que mudaria sua carreira para sempre, Uma Linda Mulher, que foi um sucesso estrondoso de bilheterias, rendendo mais um Globo de Ouro para atriz e mais uma indicação ao Oscar e dali pra frente Julia não parou mais, se tornando umas das atrizes mais bem sucedidas dos anos 90 e sendo lembrada até hoje com uma estrela dos anos 90, com sucessos de bilheteria como O Casamento do Meu Melhor Amigo, Noiva em Fuga, Dormindo com o Inimigo, Dossiê Pelicano, Lado a Lado, Um Lugar Chamado Notting Hill, entre outros.


                                                           Uma Linda Mulher 1990


Em 2000 Julia Roberts participou do drama Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento, que lhe rendeu vários prêmios, entre eles o Oscar, Globo de Ouro, BAFTA, SAG, Critic Choice Awards e vários outros prêmios da crítica, se firmando de vez como uma atriz competente e rentável para a indústria, com altos números nas bilheterias mundiais.


                                                           Recendo seu Oscar em 2001
     

Nesses últimos anos, Roberts alternou entre bons filmes, alguns filmes medianos e umas bombas bem ruins mesmo, mas ela se sobressaiu em vários filmes, entregando belíssimas performances, como em O Sorriso de Monalisa, Closer, Jogos do Poder, Comer, Rezar e Amar, Olhos da Justiça, The Normal Heart e em Álbum de Família, onde trabalha lado a lado com Meryl Streep e um elenco de ponta e mesmo assim conseguiu ter a melhor performance do filme, que lhe rendeu a quarta indicação ao Oscar, que mesmo estando em uma categoria fraude (Roberts era atriz principal, mas foi para as premiações como coadjuvante) mantinha a melhor performance de sua categoria.


                                                                 Álbum de Família 2013


Julia Roberts atualmente está em cartaz ao lado de George Clooney no longa Jogo do Dinheiro, que teve críticas mistas e está indo bem nas bilheterias.


                                                               Money Monster - 2016


Em seus projetos futuros está o drama Train Man, onde interpretará uma advogada, também irá produzir e protagonizar a adaptação do best-seller de terror Fool Me Once. onde interpretará uma ex-piloto de operações especiais que começa a ver imagens de seu marido falecido brincando com sua filha e o seu mais recente projeto confirmado é o drama Wonder, onde interpretará a mãe do fofíssimo Jacob Tremblay (O Quarto de Jack), que tem deformidades faciais e terá que enfrentar seu primeiro ano em uma escola comum.


                                                      Julia Roberts e Jacob Tremblay

Enfim, Julia Roberts não precisa mais provar nada para ninguém, além de ser uma atriz rentável para indústria, consegue ter boas performances em seu currículo, a implicância no mundo dos cinéfilos é totalmente sem nexo.





terça-feira, 31 de maio de 2016

Review: X-Men Apocalipse

X-Men Apocalipse ( X-Men Apocalypse - 2016)

Será que os críticos estão querendo moldar um padrão para filmes de heróis? Aquele padrão Disney/Marvel divertido e sem violência de ser? Parece que qualquer outro filme de herói que seja em outro tom, não mereça reconhecimento dos críticos (Deadpool é exceção), mas no caso de X-Men, a crítica especializada está errando feio, pois o filme já se firmou como o melhor filme de herói do ano.

En Sabah Nur é o primeiro mutante da Terra, sempre seguido por 4 cavaleiros. Desde o Egito antigo, ficou adormecido durante milhares de anos, ele desperta e novamente recruta 4 cavaleiros (Magneto, Tempestade, Psylocke e Anjo), cabe à equipe do Professor X combater esse terrível vilão que está prestes a destruir a humanidade.



X-Men foi o filme de herói que revolucionou o gênero, lá em 2000, na época os filmes de herói estavam em baixa e X-Men foi um sucesso de crítica e de público, abrindo os caminhos para que filmes como o do Homem Aranha acontecesse, por exemplo. Isso se deve a visão incrível que o Bryan Singer, que dirigiu os dois primeiros filmes, produziu o Primeira Classe e voltou à direção no Dia de Um Futuro Esquecido, que é o maior sucesso de crítica e de bilheteria que a franquia já teve.

Em X-Men Apocalipse, Bryan continua na direção e mais uma vez realiza um trabalho incrível, sendo melhor que seu antecessor, mesmo com a difícil tarefa de reapresentar heróis que nós já conhecemos, aliás, esse é um erro recorrente da franquia, embora Bryan tente, é bem difícil acreditar em um Universo dos mutantes nas telinhas, já que os filmes não funcionam como continuações, recomeços ou prelúdios, não há conexão nenhuma nos filmes, toda a saga em si é confusa, com erros básicos na cronologia, que sempre deixa a desejar, mas aqui, como um filme solo, episódico e com mais um recomeço para a franquia, o filme funciona bem, tem começo, meio e fim.

O roteiro é bem escrito, bem amarrado e desenvolve bem os personagens, com destaque para a trama do Magneto, que é bem contada e é com certeza o arco mais interessante do filme, esse é o ponto forte do roteiro, ele explora bem as emoções dos personagens, afinal, os personagens de X-Men são os mais humanos desses filmes de heróis, são aqueles mutantes que a gente se identifica, torce junto e sofre junto também, isso é fundamental para que o filme dê certo e o roteiro sabe explorar isso muito bem.



O excesso de CGI incomoda um pouco, assim como acontece em BvsS, mesmo que os poderes dos mutantes tenham ficado super bem feitos, os cenários, as destruições e a aparência do Apocalipse deixaram um pouco a desejar, mas nada que atrapalhe o andamento do filme.

O elenco é bem grande, isso gera um subaproveitamento de alguns atores, mas o trio principal (McAvoy, Fassbender e Lawrence) vai bem, James McAvoy que interpreta novamente o Professor X consegue explorar ainda mais sua carga dramática, tendo seu arco bem desenvolvido e mostrando que é um bom ator. Jennifer Lawrence é subaproveitada aqui, se em Dias de Um Futuro esquecido ela dá um show de atuação, aqui ela fica apagada, sem nenhuma cena com espaço para crescer, mas o pouco que aparece consegue ir bem. Michael Fassbender é o que tem a melhor performance do filme, Magneto é aquele típico vilão que a gente gosta, seu arco é o que se desenvolve melhor no filme e o mais interessante e Fassbender mostra a que veio, com carga dramática acima da média, faz com que a gente sinta na pele as emoções de seu personagem. Oscar Isaac faz um bom papel como Apocalipse, mesmo prejudicado por sua maquiagem, Issac trabalha bem e dá vida a um dos vilões mais ameaçadores do Universo X-Men. No elenco mais jovem, temos alguns destaques. Tye Sheridan dá vida ao Ciclope, e finalmente podemos ver algum espírito de liderança, já que o antigo Ciclope servia como peso de papel para a equipe. Sophie Turner encarna Jean Grey, ela faz um bom papel, mas falta amadurecimento na atriz, ela parece ser meio insossa e tudo o que Jan não é, é insossa. Os alívios cômicos ficam por conta de Evan Peters e Kodi Smit-Mcphee e ambos fazem bons papéis, Mercúrio e Noturno são ótimos personagens e foram bem aproveitados. O restante do elenco vai bem.



Entre a guerra declarada de Batman Vs Superman contra Capitão América: Guerra Civil, X-Men Apocalipse sai vitorioso sem muito esforço.



4.5/5

49% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
52/100 no MettaCritic