quinta-feira, 6 de março de 2014

Review: Ela

Ela (Her - 2014)

Vencedor do Oscar de melhor roteiro original e indicado em mais quatro categorias, Her, que foi lançado ano passado no EUA, viria como um dos candidatos a melhor filme do ano e embora tenha muitos pontos positivos a seu favor, ainda sim, deixou um pouco de decepção no ar. Talvez, eu que criei expectativa em excesso, já que tinha certeza que daria nota máxima mesmo antes de ver, contudo, ainda é um filme bem acima da média e a decepção a qual me refiro, é muito mais da minha expectativa do que o filme mostra como qualidades técnicas. 

Dando a entender que se passa em um "futuro" não tão distante, a história começa quando Theodore, um escritor solitário que está passando pelas dificuldades do divórcio, compra um sistema de computador moderno e acaba se apaixonando pela voz desse sistema e todo o filme gira em torno desse relacionamento irreal.

A ideia é difícil de ser aceita e no começo, não convence, mas o roteiro amadurece com o passar dos minutos e movido por performances ótimas, o filme acaba se tornando uma obra prima.

Spike Jonze realiza uma direção afiada, beirando ao impecável, trata o seu filme de maneira delicada e tocante. O roteiro está bem escrito, com momentos de comédia e com o drama na medida, mas que se estende demais, faltou ritmo, talvez uns 25 minutos a menos cairia muito bem. A trilha sonora é ótima, a fotografia também, a impressão que dá, é que o filme foi feito com zelo e carinho ao extremo.

Joaquin Phoenix mostra um belo trabalho, cabível entre os cinco melhores atores do ano, com sua performance tocante e convincente, mas o destaque vai todo para Scarlett Johansson, que fez uma performance baseada só na voz de Samantha, transbordando toda a emoção necessária, passando todos os sentimentos e sua personagem, que no mínimo, merecia indicação ao Oscar. O resto do elenco de apoio está na média.

O filme nada mais é, do que uma reflexão contemporânea de todo e qualquer relacionamento, ainda que Jonze o torna inovador, o filme não é tão complexo assim, mas faz além da sua obrigação, mesmo que te leve para uma viagem do que é real e do que não é, ainda sim é um dos filmes mais tocantes e um dos melhores romances desse século.

4.5/5




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