terça-feira, 29 de abril de 2014

CineMusicalidade: Sheezus - Lily Allen

Lily Allen surgiu em 2006, com um clipe tão gostoso e um álbum tão acima da média, que seria curioso ver sua carreira decolar. Hoje, quase 8 anos depois, a cantora volta com seu terceiro álbum, intitulado "Sheezus".

Embora não supere o seu antecessor ( seria impossível superar o It's Not Me, It's You), Sheezus cumpre bem seu trabalho, foge um pouco do convencional e embora não inove tanto assim, ainda é um dos melhores álbuns lançados nos últimos meses.

Lily Allen sempre falou de temas normais, como amor, relacionamento e outras coisas, com naturalidade, sem aquela obviedade que vemos em letras de superação de Katy Perry, ou nas letras de amor pobres da Beyoncé, pelo ao contrário, Lily consegue falar desses assuntos sem parecer over. Quando ela parte para o feminismo e as críticas que ela faz ao cenário musical atual, ah, nessas horas Lily mostra que nos dias de hoje, talvez seja a melhor compositora do POP, pois esse é o ponto forte de Sheezus, AS LETRAS. Sim meu caro, Lily Allen não é uma cantora com vocal poderoso, mas seu timbre é agradável e Lily usa isso bem em suas músicas.

Falando mais das músicas, dois dos quatro singles lançados até agora são fracos, a própria Sheezus e a pobre de produção Air Balloon, são de longe as mais frágeis dos álbuns, a primeira por ter uma produção quase duvidosa e ter o que  é super desnecessário, a tão famosa língua ferina da Lily falando da Katy, é óbvio que um comentário ou outro a gente considera, afinal, ninguém é perfeito, mas logo no refrão? Não, não colou Lilyzinha. A segunda, por ser comum demais, produção fraca, refrão sem explosões, vocal médio, etc. Fora isso e a desnecessária Interlude, o álbum conta com músicas de permeiam de ótimas para perfeitas.

Como eu disse anteriormente, Lily fala de amor, de relacionamento, de todos os temas comuns, de maneira menos convencional, mais agradável e melhor. Our Time e Life for Me são exemplos de músicas que tinham tudo para serem clichês, mas não são, porque Lily compõe como ninguém. As Long as I Got You é bem legal também, tem uma pegada mais caipira e eu amo. Hard Out Here é um dos presentes que só a Lily sabe fazer, hino feminista, com direito a clipe foda e tudo mais. Silver Spoon é ótima, tem pegada comercial e produção bem redondinha, uma ótima opção para single, mas a melhor do álbum, em termos de resultado final, combinação de letra com melodia é sem dúvida, a ótima Take My Place, que surpreende e quase grita para ser um single bem divulgado.

Sheezus não é perfeito, mas ainda sim traz um pouco de inovação, coisa que é de praxe pra Lily Allen, tem músicas ótimas e Lily se mostra mais uma vez, totalmente necessária no cenário POP atual, seu talento como compositora e cantora é indiscutível e seria uma perda não ter um belo retorno como esse.

Destaque: Take My Place
Descarte: Sheezus

4.2/5



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