quarta-feira, 9 de março de 2016

Review: A Bruxa

A Bruxa (The Witch -2015)

A Bruxa segue os caminhos que Corrente do Mal seguiu ano passado, foi lançado em festivais, arrancando elogios de todos os críticos e chegando ao circuito comercial já estabelecido como um ótimo filme do gênero (A Bruxa chega estabelecido por muitos como o maior filme de terror dos últimos anos), mas o que acontece aqui, é que Á Bruxa é um filme para poucos, infelizmente (ou não) os fãs de Atividade Paranormal, Annabelle e afins vão detestar.

Acontece que o filme é atmosférico, tem muito de drama também, no caso um drama familiar e isso geralmente não agrada o grande público, que em geral, vai ao cinema tomar sustos.

O filme se passa lá no século XVII, um casal com seus cinco filhos vivem juntos, com uma comunidade extremamente religiosa, isso não é mostrado muito no filme, logo no começo eles são banidos desse povoado e vão morar em uma fazenda, do lado de uma floresta, bem afastada da civilização e coisas bizarras começam à acontecer.



É difícil trazer ares novos para um gênero tão desgastado né? Uma vez ou outra vemos filmes que são bem feitos mesmo e que tragam algo de novo (Lê-se Corrente do Mal de novo), mas aqui vemos que Robert Eggers traz um suspiro aliviado pros fãs do gênero.

Eggers lutou muito para arrumar produtores para o filme, inclusive um dos produtores é brasileiro, mais um orgulho para o nosso país, que está cheio de gente boa trabalhando em Hollywood.

A Bruxa é o primeiro filme e o primeiro roteiro de Robert Eggers, como eu disse, ele passou vários anos na pré produção do filme, pesquisando contos, lendas, ou relatos sobre aquela época, onde as pessoas realmente acreditavam em bruxas, muito das falas dos personagens foram tiradas desses relatos. Eggers cria todo uma ambientação perfeita para que a história funcione, ele dirige o elenco perfeitamente bem, escreve todo o roteiro sozinho e mantém o clima e o suspense do primeiro ato até o minuto final do filme.



É um terror-arte, cheio de elementos técnicos impecáveis, como a fotografia desprovida de cores, sem aquela saturação toda, a ambientação também é ótima, dentro da casa deles, é escuro e claustrofóbico, algumas cenas você realmente se sente dentro da cabana. A trilha-sonora é sempre um ponto chave para filmes desse gênero e aqui ela é muito boa, nos momentos finais ela é crucial. Ponto para Mark Korven.

Com uma equipe técnica bem escalada, o elenco não poderia ser ruim né? Embora nenhum dos atores seja muito conhecido do grande público, todos fazem ótimos trabalhos. Anya Taylor-Joy faz a personagem principal, a filha mais velha, toda trama é centralizada nela e ela faz um ótimo papel, ela lida bem com as nuances que sua personagem passa durante o filme e nas cenas finais ela dá um show. Ralph Ineson interpreta o pai da família e ele também está excelente, o personagem é um religioso fanático que só enxerga o que quer. Kate Dickie interpreta a mãe e usa e abusa da sua carga dramática, com muita inteligência, claro. Harvey Scrimshaw interpreta o segundo filho mais velho, ele é esperto e tenta descobrir os mistérios que estão acontecimento na sua casa e na fazenda e também trabalha muito bem, principalmente nas cenas finais.



A Bruxa não é um filme perfeito, mas tem muitos pontos positivos, se o filme tivesse um ritmo um pouquinho mais rápido, seria excelente, mas ainda sim é um suspiro aliviado para o gênero, que anda tão desgastado e tão previsível



4.5/5

89% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
83/100 no Mettacritic






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