domingo, 19 de agosto de 2018

Review: Vidas à Deriva


Vidas a Deriva (2018 - Adrift)

Algumas vezes, a força de um protagonista é tão grande, que é capaz de levar o filme todo nas costas. E se uma atuação for maior que o próprio filme? Vidas à Deriva passa bem longe de ser um filme ruim, mas Shailene Woodley se entrega para o filme de corpo e alma, de tal forma que soa estar acima do que o filme necessite.

Baseado em fatos, o filme conta a história de Tami (Shailene Woodley) e Richard (Sam Claflin) um casal de aventureiros que estão viajando em alto mar quando são atingidos por um furacão. A luta pela sobrevivência começa com o passar dos dias dos dois à deriva.


A direção acerta a mão na cena mais aguardada do filme, os efeitos especiais ficaram muito bons e todo o movimento de câmera nos momentos da ação são bem realizados, mas existe uma decisão no terceiro ato (não posso dizer qual para não dar spoilers), que você pode escolher comprar ou não e eu não comprei, fiquei bem decepcionado, mesmo com as qualidades que o filme tinha somado até ali.



A edição faz algo que tem um lado bom e um lado ruim. Eles escolhem mesclar durante o filme, o acidente e os meses em que o casal principal começou o relacionamento. Isso é ruim, já que demoramos para criar empatia pelos dois e acreditar nos sentimentos que um tem pelo outro, já que química não é algo extremamente presente ali, mas também é bom, pois o filme não cai no marasmo, a edição acerta em colocar os flashbacks nos momentos certos, deixando o filme em um ritmo muito bom.


Essa decisão dá ao filme uma crescente, ele começa meio descompassado, mas quando pega o embalo, vai embora, a trama começa a ficar mais interessante e graças ao excelente trabalho de Shailene Woodley, nos envolvemos com a sua personagem.


O roteiro é médio, alguns diálogos dos dois incomodam bastante por não serem críveis e a construção do personagem do Sam é bem rasa, o filme acaba funcionando bem mais como uma drama de sobrevivência do que um romance e como ele está sendo vendido como um romance, isso é um defeito.

Shailene Woodley nos brinda com uma performance que assim como o filme, só cresce a cada momento. Há quem torça o nariz para quem se entregue fisicamente para os sofrimentos de seu personagem, mas aqui, além disso, ela entrega uma carga dramática gigantesca. Existe uma cena no terceiro ato que é de cortar o coração, sem dizer uma palavra sequer, Shaielene mostra que é sim uma das melhores atrizes da sua geração. Sam Claflin é um ator mediano e aqui ele é completamente ofuscado, além do personagem dele não ter carisma nenhum e ser desinteressante, nos momentos mais dramáticos que lhe é solicitado algo, ele não consegue entregar.


Vidas à Deriva peca em querer ser um filme de romance, mas fora isso, é um bom drama de sobrevivência, com uma cena de desastre ótima e um trabalho incrivelmente convincente de Shailene Woodley.

3.5/5

73% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
56/100 no Metacritic.





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