quinta-feira, 22 de junho de 2017

Review: Catfight


Catfight (2017)

Nós estamos tão acostumados a filmes que não fujam do convencional, que entreguem mais do mesmo e que não surpreendam em nenhum aspecto, que Catfight chega como um alívio em meio a tantas comédias clichês.


Embora a premissa de Catfight não seja novidade, a forma como o roteiro trabalha isso foge completamente dos filmes convencionais Hollywoodianos que estamos acostumados a ver. O roteiro é um dos bens mais preciosos do filme, além de trabalhar muito bem o desenvolvimento das personagens principais, ter essas tiradas ácidas na medida e ter críticas sociais fortes, o roteiro é extremamente assertivo quando passa para parte mais cômica, com a sucessão de acontecimentos improváveis e a falta de sutileza proposital.



Além de dirigir bem o elenco principal e de escrever esse roteiro maravilhoso, Onur dirige muito bem as cenas de briga, já que todas são bem coreografadas, em ambientes diferentes e com efeitos sonoros exagerados e ampliados.

A edição do filme incomoda um pouco, as vezes surgem uns cortes secos que variam entre a vida de Ashley e Veronica que são amadores. Além desse defeito, o ritmo do filme as vezes fica prejudicado também, é um filme curto, mas que poderia fluir melhor, principalmente no segundo ato.


Sandra Oh é uma excelente atriz e transparece essa certeza em cena. Sua personagem é crucial para que o filme dê certo, sua performance é fundamental no resultado final de Catfight e ela consegue entregar um ótimo trabalho. Além de acompanhar o crescimento de sua personagem, Oh tem expressões faciais fortes, que conseguem dar o humor que sua personagem necessita, além de ter uma carga dramática grande. Tem uma cena que ela está sentada na cama vendo um vídeo e ela destrói, ela consegue ir da comédia para o drama sem dificuldade e faz com que a gente crie empatia pela personagem rapidamente. Anne Heche é uma atriz menos técnica, mas consegue entregar um bom trabalho também, as cenas dela do segundo ato em diante são bem difíceis e ela fica em um nível parecido ao da Oh. Alicia Silverstone passa despercebida, além de ser uma atriz mediana, sua personagem é apática e ela não tem muito para onde crescer. Dylan Baker e Amy Hill aparecem pouco, mas ambos tem o timing perfeito para a comédia, fazem muito bem seus papéis de coadjuvantes.



Por fim, Catfight é um filme escrachado, embalado em uma espécie de novela mexicana dos anos 90, mas não se engane, é um filme com humor ácido, críticas sociais importantes, com excelente desenvolvimento de personagens e uma performance magnífica de Sandra Oh.

3.5/5

73% de críticas posisitivas no Rotten Tomatoes
66/100 no MettaCritic


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