quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Review: It - A Coisa


It - A Coisa (It - 2017)

Sucesso absoluto de crítica e de público, It - A Coisa não para de quebrar recordes mundiais e arrastar multidões para o cinema. Um fenômeno raríssimo para o gênero e isso pode-se atribuir a duas coisas: nostalgia e carisma dos personagens.


A sacada de misturar os gêneros e não fazer um filme que aposta em uma coisa só, o diretor Andy Muschietti acertou em cheio (se redimiu por aquele filme péssimo chamado Mama). It flerta com a aventura e a comédia, sem nunca deixar de ser um filme de terror.



A primeira sequência do filme, a tão falada cena do bueiro, é extremamente aterrorizante e também, é a melhor cena de terror do filme. Ela dá o ponta pé inicial e coloca o sarrafo lá em cima, o que infelizmente, depois, não consegue ser mantido. Digo isso, porquê o forte do filme, não são as cenas de terror, elas são bem previsíveis, sem mistério, logo no primeiro ato a gente já sabe o que vai acontecer no terceiro. Aliás, isso é um pouco decepcionante, o filme cria um clímax de terror ótimo, empurrado por uma atuação impecável do antagonista Bill Skarsgård, com suas expressões que amedrontam em sua caracterização perfeita, mas que é anulada por um terceiro ato fraco, que deixa a desejar. O maior defeito do filme é esse, começar com uma cena de terror tão boa e terminar com cenas de terror medianas.


Mas o que importa em It não são as cenas de terror e Andy sabe bem disso. O roteiro opta por desenvolver bem quase todos os personagens, dando tempo para que a gente crie empatia por eles e acabe por consequência, torcendo para que todos sobrevivam. A relação que eles tem um com o outro, os problemas pessoais que eles sofrem dentro de casa e na escola, a química que o elenco mirim criou, isso é o verdadeiro tesouro do filme, é aí que It cresce, enquanto mostra as histórias dos integrantes do "Clube dos otários".

It, ao desenvolver esses personagens, aborda temas importantes e impactantes, como abuso sexual, racismo, depressão, perda de familiares e bullying, sem deixar a peteca cair, sem se aprofundar muito, mas sem passar por eles superficialmente também.

O diretor explora muito bem os ambientes nas cenas de terror, a fotografia é excelente e a trilha sonora também. Pontos para a parte técnica do filme


O elenco é ponto chave no sucesso do filme. Bill Skarsgård cria um Pennywise assustador, ainda que seja boicotado pelo péssimo uso de CGI em seus movimentos, a sua caracterização e maquiagem são impecáveis. Logo na cena do boeiro, onde ele fica parado, falando, vemos que o ator compreendeu bem a essência do seu personagem, o modo como ele fala, as expressões faciais, tá tudo perfeito. Jaeden Lieberher faz o Will completamente bem, ele já tinha feito um bom trabalho em Um Santo Vizinho, e aqui consegue bons resultados de novo. Ele tem um arco dramático difícil e segura bem as cenas pesadas que seu personagem passa. Finn Wolfhard é usado como alívio cômico e funciona bem quase sempre, ele é super carismático, mas o excesso de piadas maliciosas cansam um pouco. Nicholas Hamilton traz o famoso valentão carregado de esteriótipos e sua performance, é de longe, a mais frágil do filme. O restante do elenco está ótimo e a química entre eles é excelente.

Por fim, It não surpreende muito, pois seu terceiro ato é bem morno e uns 20 minutos a menos de filme cairiam super bem, mas qualidade técnica, e a química entre os ótimos personagens, compensam e deixam a gente bem curioso para a sequência que virá daqui 2 anos.

4.0/5

85% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
70/100 no Mettacritic


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