quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Review: Bright


Bright (Bright - 2017)

Apresentar todo um Universo novo, com raças alienígenas e personagens místicos, dentro de um filme com sequências de ação grandiosas, em um ritmo frenético, que ainda explora vários temas importantes com críticas sociais, dentro de um thriller policial com muita fantasia, não é fácil, se fosse um filme do Christopher Nolan, teria 6 horas, para que tudo fosse muito bem detalhado, mas como tudo é explicado durante a ação, Bright consegue estabelecer tudo com muita competência.

Ambientado em Los Angeles, Bright mostra a convivência de dois policiais bem diferentes: o humano Daryl (Will Smith) e o primeiro orc a se tornar policial (Joel Edgerton), ambos tem que proteger a elfa Tikka (Lucy Fry), já que ela está com a varinha mágica que pode trazer de volta uma figura maligna que já habitou a Terra. Essa varinha desperta o interesse dos humanos, dos orcs e dos elfos, todos eles começam a perseguir o trio e a ação começa a se desenrolar daí.


As cenas de ação são ótimas, existe umas três ou quatro sequências que são de tirar o fôlego, a cena de perseguição no carro ou a cena no posto de gasolina empolgam e o ritmo frenético do filme ajuda bastante também. Sinti falta de mais ação com o trio de vilões que estão atrás da varinha, as batalhas de luta com eles são excelentes e deixam um gostinho de quero mais. Os efeitos especiais enchem os olhos e são impecáveis, a maquiagem também é excelente, é um dos favoritos a vencer esse prêmio no Oscar e caso vença, será merecido.


Se por um lado. a ação é bem resolvida e consegue funcionar muito bem, por outro, a edição atrapalha um pouco o desenvolvimento de Bright. Os cortes secos e alguns momentos atropelados deixam a sensação de que a montagem tenta sabotar o filme. Além da edição, a fotografia escura também tira um pouco da nossa atenção. Esses pequenos defeitos que não são graves e não comprometem o resultado final, mas deixam a impressão de que um tempo a mais na pós produção ajudaria bastante.

Blockbusters costumam tratar de temas sociais importantes sempre, Jogos Vorazes, Star Wars e Planeta dos Macacos são exemplos recentes disso, em Bright isso não é diferente, se fala muito sobre xenofobia, racismo e corrupção entre os policiais, nenhum desses temas é novo ou inédito em filmes, mas o filme trata esses temas corretamente e deixa algumas situações incomodarem (no bom sentido) o telespectador.


O roteiro acerta em não explicar tudo detalhadamente e deixar que o Universo seja inserido aos poucos, mas deixa algumas pontas soltas, principalmente se formos analisar as personagens femininas, que são mal desenvolvidas e deixadas para segundo plano. Já a relação dos dois protagonistas é bem desenvolvida e é construída na ação, com o tempo e não de uma hora para outra, como vimos em Esquadrão Suicida.

Will Smith está muito bem no filme, mas ele já fez esse papel 100 vezes e o personagem não exige muito dele. Joel Edgerton é o destaque do filme, ele entrega uma performance incrível, mesmo embaixo de tanta maquiagem, dá para ver as expressões dele, você consegue sentir a angústia do personagem em certos momentos, a alegria em outros e a química que ele tem com o Will Smith é ótima. Noomi Rapace quase não aparece, mas quando aparece, rouba a cena, sua vilã não é construída, mas ela consegue brilhar nos poucos momentos q são dados a ela. Lucy Fry também tem uma personagem difícil, praticamente não fala o filme todo e poucas vezes a câmera foca no rosto dela, então fica difícil avaliar seu trabalho. O restante do elenco não compromete o filme, mas também não se destaca.


Bright pode ter um defeito aqui e outro ali, mas termina com a sensação de dever cumprido, entrega sequências de ação empolgantes, traz uma dupla de protagonistas carismáticos, faz críticas sociais relevantes e estabelece um Universo completo e que dá abertura para sequências.

4.5/5

31% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
28/100 no Mettacritic


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