segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Review: A Morte Te Dá Parabéns


A Morte Te Dá Parabéns (Happy Death Day - 2017)

O terror está em uma ótima fase, isso é inegável, além de ter vários sucessos estreando em primeiro lugar nas bilheterias de todo o mundo (It - A Coisa, Fragmentado, Corra, Anabelle 2: A Criação do Mal) os filmes estão surpreendendo pela qualidade, que há um bom tempo não se via no gênero. Com A Morte Te Dá Parabéns não foi diferente, o filme estreou em primeiro lugar nos cinemas estadunidenses e vem ganhando fama por ser despretensioso e engraçado.

Tree é uma universitária popular e desbocada, uma mistura de Regina George de Meninas Malvadas com Rachel Witchburn de Ela E Os Caras, um esteriótipo típico de filmes adolescentes. Em seu aniversário, ela é brutalmente assassinada, mas em vez de morrer, Tree volta no mesmo dia, sucessivamente, até que o mistério do seu assassino seja revelado.



Já vimos isso esse ano com Antes Que Eu Vá, um drama adolescente muito bom e na comédia recente da Netflix, Nu. Aí você pode pensar, mas fazer isso com o gênero do terror, vai dar um desgaste para a ideia do looping no tempo, certo? Errado.



Desde o inicio, A Morte te Dá Parabéns já deixa claro que não tem ambições grandiosas e nem desejos arrogantes, é um filme de entretenimento puro, com sacadas inteligentes de humor e que cria um certo clímax de suspense.

A Morte Te Dá Parabéns traz de volta o subgênero de terror Slasher, que foi sucesso absoluto nos anos 90 com filmes como Pânico e Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado. Inclusive, o filme homenageia e até satiriza esses clássicos de maneira inteligente.

A direção de Christopher B. Landon (Como Sobreviver a um Ataque Zumbi, Atividade Paranormal: Escolhidos Pelo Mal) acerta no jogo de câmeras, que desvia em vários momentos a atenção do que realmente deve ser visto. Acerta também na direção dos atores, que estão muito bem escalados e cumprem bem os papéis. Mas o que mais encanta no filme, é que ele não se leva a sério, mas consegue criar momentos de surpresa enquanto Tree tenta descobrir o mistério que cerca seu assassinato. Ele te leva as gargalhadas em vários momentos, e em cenas como a do estacionamento, cria momentos tensos que são únicos.


O roteiro de Scott Lobdell é inteligente ao mesclar com equilíbrio o suspense e a comédia, criando personagens exagerados na medida certa, que são engraçados por natureza. Se por um lado, ele acerta em cheio, por outro, ele erra também. O roteiro de A Morte Te Dá Parabéns subestima o telespectador, em vários momentos um dos personagens fala algo óbvio que está acontecendo ou vai acontecer, dando a entender que o público não tem capacidade intelectual mínima. Algumas pontas soltas em relação aos motivos que levam a Tree a ficar acordando sempre no mesmo dia e a saúde dela piorar em um determinado momento e depois cair no esquecimento, deixam o roteiro com alguns furos importantes.


Jessica Rothe consegue segurar bem o papel da protagonista, embora falte carga dramática e em alguns momentos de melancolia da personagem, ela não passe verdade, sobra timing cômico e carisma. A empatia pela sua personagem é imediata. Se a Samantha Kingston de Zoey Deutch em Antes Que Eu Vá segurava as partes dramáticas de sua personagem muito bem e lhe faltava carisma, a Tree da Jessica Rothe faz completamente o contrário, mas ainda sim, o resultado final de sua personagem ainda é bem positivo. Israel Broussard convence como o nerd de bom coração, que se apaixona rapidamente pela garota popular, ele tem carisma e a química com a Jessica Rothe é ótima. Rachel Matthews faz a popular insuportável super caricata, mas sua performance exagerada combina com a proposta do filme e ela arranca risadas da gente em vários momentos.


Sendo uma grata surpresa, A Morte Te Dá Parabéns compensa alguns furos de roteiro e alguns exageros típicos do gênero, por ser um filme leve, despretensioso, cheio de humor e com personagens carismáticos.

3.5/5

64% de críticas positivas no Rotten Tomatoes
57/100 de Mettacritic


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